Por Maurílio Santos
Estamos fora do Mossoró Cidade Junina MCJ2022. Você deve então se perguntar: quem está fora? Nós, do Misturando as Poesias… Aí você continua: mas, quem ou o que é o Misturando as Poesias? E eu lhe respondo… É um projeto cultural criado por Maurílio Santos e Nildo da Pedra Branca.
As indagações continuarão… Mas o que é projeto cultural e quem diabos é Maurílio Santos? Nildo da Pedra Branca também não conheço… é importante que expliquemos e falemos um pouco sobre esse assunto…
MISTURANDO AS POESIAS – O projeto Misturando as Poesias é um espetáculo da cultura popular norte-rio-grandense originário da necessidade de enfrentamento à banalização das tradições populares.
Resguardar a nossa identidade nos campos da música popular, poesia cordelista, coco de embolada e cantoria de viola, tem sido o foco principal desse recital poético-musical.
Criado em 2012 pelo compositor Maurílio Santos e o poeta cordelista Nildo da Pedra Branca, esse evento de cultura popular tem se notabilizado durante suas apresentações na zona rural pelo seu conteúdo tradicionalista, simples e direto, porém a sua aceitação no meio urbano já se faz presente em função de eventos realizados nesse meio durante a existência do referido projeto.
Pela sua singularidade poética e musical e pela grande lacuna que há para eventos dessa natureza dentro dos grandes espaços culturais do nosso dia-a-dia, o projeto Misturando as Poesias tem conquistado admiradores em todas as faixas etárias da sociedade, em razão disso, a sua participação no calendário cultural do Mossoró Cidade Junina e na Festa do Bode desde os anos de 2013 até os dias atuais é (ou era) quase uma obrigatoriedade.
Esse projeto tem uma abrangência cultural tão grande que se enquadra em todas as vertentes artísticas exigidas pelos editais publicados em todos os eventos anuais do corredor cultural da nossa cidade
O Misturando as Poesias já está incluso na radiofonia potiguar, e todos os sábados vai ao ar na FM 98,7 Rádio Cidadania de Mossoró, onde, com certeza a cultura popular, tem um canal de divulgação na nossa cidade e região, que não tem vergonha da CULTURA POPULAR. A música de boa qualidade estará mais a vista juntamente com outras três linhas da cultura popular.
Os criadores do projeto Misturando as Poesias, não só fazem apresentação culturais dentro desse evento, além disso eles são responsáveis pela divulgação da cultura popular.
Desde os primeiros anos desse século, que Maurílio Santos e Nildo da Pedra Branca promovem shows na região de Mossoró e outras cidades vizinhas, divulgando a cultura do nosso povo.
Os autores
Maurílio Santos. Sou nascido na comunidade do Jucuri, comecei minha carreira musical, cantando nos festivais de músicas promovidos pela Rádio Rural de Mossoró nos anos 80. Minha obra de cunho sócio cultural político, me fizeram um nome que hoje representa Mossoró e o nosso estado em outras regiões do Brasil.
Os festivais de música popular brasileira, me abraçaram em virtude da boa qualidade de minhas canções. Letra, ritmo e melodia, já me levaram aos festivais da Rede Globo Nordeste, Festival da MPB de Pombal/PB (FEMPOP), Forraço, da TV Cabugi, Festival da Canção da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Festival da Música Popular Brasileira de Ilha Solteira/SP e o FUC, Festival Universitário da Canção da Universidade de Ponta Grossa, no Paraná.
Tenho as redes sociais como canal de divulgação da minha arte, porém ainda acredito que sem o rádio, nenhum trabalho musical se sustenta, algumas emissoras alternativas de Mossoró e região divulgam nossas canções. Tenho me apresentado em instituições públicas, associações e universidades de forma gratuita como forma de expandir meu trabalho, e tenho uma proposta futurista de uma emissora potiguar com espaço aberto para apresentação do projeto Misturando as Poesias como forma de programa radiofônico, e isso só reforça a consolidação desse evento como justificável em todos os espaços possíveis da região.
Fui vencedor dos prêmios Fomento, da Prefeitura de Mossoró e Núbia Lafayette, da Fundação José Augusto nos anos 2000. Essas conquistas, me possibilitaram o registro de minha obra autoral em dois CDs intitulados “Dias de Luta” e “Verso e Reverso”.
Ultimamente, fui ganhador do prêmio no edital Cultura Potiguar, do qual resultou no vídeo “Maurílio Santos e Seus Dias de Luta”, já incluso nas plataformas digitais. Além de cantor e compositor, também tenho quatro obras editadas em cordéis: Justiça de Calças Curtas, Paulo Freire – Uma Nova Pedagogia Para Uma Nova Educação, A mulher Obra Divina – O doce Humano da Vida e a Lava Jato.
Dos menestréis com quem tive a honra de dividir meus versos e sonhos, certamente Maurílio Santos ocupa posição destacada e merecida. A sua poesia, como nos versos de Patativa do Assaré, “Não entra nas praças, no rico salão…” mas está na poeira da estrada e na dureza dos dias sertanejos. É um poeta engajado nos movimentos sociais e um cantador dos melhores dentre os muitos tesouros escondidos nos cafundós do Nordeste.
Poeta e jornalista Caio Cesar Muniz
Nildo da Pedra Branca. Uma das características do poeta Nildo da Pedra Branca, é vender seu cordel de mão em mão, em feiras, escolas, festas e bares. Isso tem diferenciado esse artista na sua caminhada cultural. Os mais de 30 cordéis editados lhe dar o aval para se apresentar em qualquer parte do nosso país, junto a isso, as parcerias que já fez com grandes nomes da cultura popular como Jessier Quirino, Antônio Francisco, Chico Pedrosa, dentre outras, faz dele um nome singular da nossa arte popular.
Poeta cordelista, animador cultural, traz em sua poesia diversas temáticas, porém o sertão tem sido seu tema preferido. Dentro da sua obra editada, destaque para: Posso Um Dia Ser Doutor, Pois Hoje Sou Estudante, A Natureza Está Certa, As Coisas do Meu Sertão e A Lei Maria da Penha. Nildo da Pedra Branca é ganhador dos Prêmios Cosern Literatura de Cordel e Fomento da Prefeitura Municipal de Mossoró. Último trabalho do poeta, foi o prêmio pela lei Aldir Blanc, Fundação José Augusto; A live, Nildo da Pedra Branca para o Mundo, que já está exposta nas plataformas digitais. Além de cordelista e animador cultural, também é divulgador e promotor da cantoria de viola.
“Os versos do cordelista Nildo da Pedra Branca revelam o seu compromisso com a sua comunidade e com suas raízes. Uma poesia rica em dizeres e fazeres das coisas do campo, versos revertidos de uma beleza estética, poemas sensíveis e espontâneos. Um olhar voltado para as próprias raízes culturais, sensível aos problemas de sua gente.”
Professora Rosilene da Costa Bezerra Ramos
Pronto, você já conheceu o Misturando as Poesias e agora com certeza sabe quem são Maurílio Santos e Nildo da Pedra Branca.
Como falaria Jessier Quirino, “’não são lá esses balaios não”. Bom, somos só isso que está exposto e isto mata os organizadores do MCJ 2022 de vergonha. Porquê? Porque somos capazes de dentro de duas horas de espetáculos, cantar de Luiz Gonzaga à Alceu Valença, e de quebra ainda podemos adicionar ao nosso show, Bartô Galeno e Elizeu Ventania?
Mas eles não querem Luiz Gonzaga. Quem é Luiz Gonzaga diante de Wesley safadão? Pra eles nada, mas o prefeito anda com o chapéu do Gonzagão, duvido que ele não dê preferência ao homem das safadezas (nada contra, também é cultura… de massa), Luiz foi o rei, hoje duvido que ainda seja diante de tantos fãs que seguem esses ídolos da outra cultura que não é a tradicional.
Bom, não tenho nada contra o Safadão, nem contra o prefeito, contra aquele, só não toco sua música no meu programa, nem que ele me pague 600 mil reais. Contra o prefeito? Nada, só não votei nele, tai um grande motivo que acredito fez com que nosso projeto ficasse de fora do MCJ 2022.
E Alceu Valença, também foi lembrado nos meus comentários. Esse entra de gaiato no MCJ. É aquele cara que digamos, salvou a autêntica cultura popular, ele saiu danado pra Catende e depois passará por aqui.
E Bartô Galeno, como esse astro da cultura brega entra nessa discussão? Muito simples: pressão popular, eles também não queriam, tem a mesma vergonha que têm do Misturando as Poesias. Não quero aqui desmerecer ninguém que se apresentará nesse evento grandioso e brilhante como já foi mostrado em sua abertura no Pingo da Mei Dia, mas deixar Wesley Safadão e outros safados tomar conta da nossa cultura popular e não falar nada, espere ai.
O Misturando as Poesias é muito mais cultural do que qualquer safado que queira trocar a fogueira, o milho assado, a quadrilha, o forró, a tradição do nosso povo, por um pacote cultural de Xilito com Nutela.
Isso que está acontecendo, o Misturando as Poesias foi descartado do MCJ 2022, por pura vergonha. Temos um repertório onde poderíamos cantar, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Elino Julião, Nando Cordel, Flávio Leandro, Zé Ramalho, Acioly Netto, Sivuca, Maciel Melo, Bartô Galeno, Alceu Valença, Dominguinhos, Petrúcio Amorim, Jorge de Altinho e muito mais.
Porém no palco da Estação das Artes, não podemos cantar Elizeu Ventania, por que os gestores têm vergonha do próprio nome da Estação, e nós temos Elizeu no nosso repertório orgulhosamente, de quebra ainda mostramos Concriz que eles, duvido saibam quem é, Antônio Francisco que poeticamente fala que “os animais tem razão”, também deve fazer vergonha à esse povo, esse também está conosco desde a criação do nosso projeto.
Quero aqui aproveitar o espaço pra compartilhar para todos, e todas, a nossa retirada do Mossoró Cidade Junina 2022, foi política, artisticamente o prefeito não nos conhece, porém politicamente, ele sabe sobre nós de A a Z!
Repetindo: politicamente, retiram o Misturando as Poesias do MCJ 2022.
Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com
