* Márcio Alexandre

Começou a campanha eleitoral. Desde as primeiras horas de hoje que os candidatos já podem, oficialmente, apresentar suas propostas e com elas, convencer o eleitorado a votar neles. Vive-se, agora, o início do último estágio do que se convencionou chamar de Festa da Democracia.

Para que sejam, escolhidos, de acordo com a soberana vontade do povo, os representantes do Executivo e do Legislativo, mais do que nunca será necessário que se respeitem as regras do jogo. Jogo que, infelizmente, já vem sendo desrespeitado.

Sim. Há desrespeito toda vez que se questiona a segurança de algo que nunca foi fraudado. Há desrespeito sempre que se ameaça o adversário. Há desrespeito sempre que se impede a voz do outro. Há desrespeito sempre que se cria benefícios eleitoreiros a pender em favor de um candidato.

Essa será eleição deverá ser, infelizmente, uma das mais enlameadas dos últimos anos. Quem vê a iminência da derrota fará de tudo para não ser derrotado. Esse pleito deverá ser aquele em que mais se acusará. E que aquele que mais mente tentará fazer de suas mentiras verdade.

Será a disputa em que se utilizará do sagrado até para se vender a alma ao inominável. Em que mais se acusará o outro daquilo que o acusador mais faz. O maniqueísmo a favor de falsos cristãos será uma arma forte. E as armas certamente tentarão se colocar como forças a burlar a democracia.

Nunca na história o Mal esteve tão confortável para se fingir de Bem. Bem na cara da população.

Mais do que se nunca, serão a garra, o discernimento e a coragem do povo a garantir que a sua soberana vontade será respeitada, garantindo a lisura do pleito, o respeito ao resultado das urnas e, especialmente, a derrota dos que não admitem perder. Quem desrespeita as regras do jogo não merece saborear o gosto da vitória.

* Professor e jornalista

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