O senador eleito do Rio Grande do Norte nas eleições de outubro passado, Rogério Marinho, participa nesta quarta-feira, da disputa pela presidência do Senado.
As chances de vitória são poucas, e tem diminuído nas últimas horas em face dos atos envolvendo o presidente do seu partido, o PL, Waldemar Costa Neto.
A agremiação partidária virou sinônimo de golpismo. Além de abrigar o ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL tem 7 deputados federais eleitos investigados por participação em atos golpsitas. Inclusive, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) a suspensão da posse deles.
Tudo isso respinga sobre a campanha de Rogério Marinho, que jura de pés juntos que sua postulação tem o propósito de restabelecer a normalidade democrática. Parece piada, já que os maiores ataques à democracia foram protagonizados por seu líder e principal patrocinador de sua candidatura, exatamente o ex-presidente Bolsonaro.
Para piorar o cenário, Waldemar Costa Neto admitiu que tinha em casa minutas de projetos que visavam instituir um golpe no Brasil, de forma a impedir que fosse respeitado o resultado das urnas, aquele que determinou a derrota de Bolsonaro.
Com toda esse espectro golpista, Rogério Marinho vai à disputa se equilibrando numa corda bamba e tendo que fingir postura democrática diante da mídia ao mesmo tempo em que, para agradar bolsonaristas, questiona as ações desenvolvidas pelo Judiciário para punir os golpistas que invadiram Brasília em 8 de janeiro passado.
A corda segue cada vez mais tensionada pelo chefe do seu partido, que agora terá que explicar à Polícia Federal porque disse que “todo mundo tinha em casa uma minuta de projeto golpista”.
Pudesse, talvez Marinho desistisse da disputa. Sua postulação, no entanto, é o único instrumento que o Bolsonarismo tem para marcar terreno nesse momento. E manter acesa a chama do golpismo. A vida de Rogério não tem sido fácil. Como também será difícil escapar da pecha de golpista da qual seu partido está armado até os dentes.