Todos os anos, em 1º de dezembro, é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A data foi fundada em 1988, com o objetivo de reunir agências das Nações Unidas, governos e sociedade civil para a conscientização sobre os temas relacionados ao HIV.
De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV e Aids 2024, divulgado pelo Ministério da Saúde, o Brasil contabilizou 1.165.599 casos desde 1980, com uma média anual de 36 mil novos casos nos últimos cinco anos.
Ao procurar atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), as pessoas vivendo com HIV/Aids recebem, do setor de Serviço Social, orientações essenciais para um diagnóstico precoce, direitos garantidos e também tratamento adequado.
O atendimento é direcionado ao direito à dignidade, ao sigilo, ao acesso e manutenção do tratamento, à informação clara e humanizada, ao acolhimento e à articulação intersetorial (saúde, assistência social, jurídico, educação, direitos humanos etc.).
Membro do Conselho Regional de Serviço Social do RN (CRESS-RN), a assistente social Valéria Samantha explica que, dentre as atividades desenvolvidas, está o atendimento individual, com escuta qualificada e acolhimento, e o acompanhamento socioassistencial, com encaminhamentos e articulações.
“Nos atendimentos, é imprescindível manter o sigilo profissional, garantindo às pessoas que vivem com HIV/Aids o direito à privacidade, sem exposição de sua condição sem consentimento, salvo em situações legais específicas”, ressalta. “Até mesmo nas articulações com outros equipamentos de saúde, se não for consentido, não podemos informar sobre a condição da pessoa”.
A assistente social destaca, ainda, que as pessoas que vivem com HIV/Aids e são atendidas pelo SUS possuem um recorte de classe, raça e gênero. “Nosso atendimento é direcionado para uma população mais vulnerabilizada, que historicamente é vítima do estigma e preconceito”, afirma. “Nesse sentido, o Serviço Social desempenha um papel fundamental no combate à discriminação”.
Atendimento no RN
No Rio Grande do Norte, a rede de serviços para atendimento às pessoas que vivem com HIV/Aids é organizada por meio dos Serviços de Assistência Especializada (SAE). Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP-RN), há cerca de 14 SAEs ativos distribuídos em Natal, Mossoró, Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu, Santa Cruz, São Paulo do Potengi, Caicó, Pau dos Ferros, entre outros.
A equipe do SAE é composta por infectologista, ginecologista, psiquiatra, enfermeiro, assistente social, pneumologista, entre outras categorias, que atendem e dão suporte às pessoas que vivem com HIV/Aids. Outros serviços realizados são exames laboratoriais e de imagem, a depender da unidade.
Há dois recursos na prevenção do HIV/Aids. O primeiro é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), método de prevenção ao HIV destinado a pessoas que não vivem com o vírus, mas têm maior chance de exposição. Consiste no uso diário de um medicamento que impede que o HIV infecte o organismo caso haja contato com o vírus. Quando usada corretamente, reduz de forma significativa o risco de infecção.
O segundo é a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), medida de emergência que deve ser iniciada após uma situação de risco, como relação sexual sem preservativo, rompimento do preservativo ou acidente com material biológico. O tratamento deve começar em até 72 horas após a exposição e dura 28 dias. Quanto mais cedo iniciar, maior a eficácia.
“No Rio Grande do Norte, houve um aumento na cobertura de PrEP, que era disponibilizada apenas nos Hospitais Giselda Trigueiro e Rafael Fernandes, mas foi ampliado para 20 serviços em todo o estado”, explica Valéria. “A oferta de PEP também cresceu, de 28 para 47 serviços”.
Quanto à testagem, o SUS disponibiliza exames laboratoriais e testes rápidos de HIV que detectam anticorpos em cerca de 30 minutos, facilitando o diagnóstico precoce, que podem ser realizados tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), como no SAE.




