* Márcio Alexandre
Mossoró e o Rio Grande do Norte assistiram, estupefatos, o prefeito da cidade, Allyson Bezerra (União Brasil) quebrar o protocolo da maneira mais improvável. De forma ridícula, concordam os que não são impedidos de discordar da atual gestão municipal.
Era sexta-feira, noite de festa para o comércio e a indústria potiguares quando o chefe do Executivo mossoroense, num misto de autoconfiança exagerada, deboche e cinismo, deu pulos no meio de uma solenidade.
Acossado por Guardas Municipais aos gritos de “moleque” e “mentiroso”, Allyson fez valer o primeiro epíteto. Como menino mimado, emburrou-se e saiu pererecando quando todos esperavam seriedade.
E por que volto ao assunto? Porque, aos pulos, Allyson voltou a querer merecer a adjetivação.
Não só porque saiu como que borboleteando também no domingo, 29/10, após uma corrida de rua. Mas, principalmente, porque, não consegue se desvencilhar de dizer inverdades. De mentir, pra ser curto, objetivo e direto. E como mente o nosso prefeito!!! Desavergonhadamente. Despudoradamente. Insistentemente.
Allyson mente para a população quando diz que está fazendo coisas boas, mas trama contra quem o desmascara.
Allyson mente para o Ministério Público quando assina acordos que não honra e faz promessas que não cumpre. A realização de concurso público é apenas umas dessas mentiras.
Mente para os fatos quando diz que quer diálogo com os Guardas Municipais, mas se recusa a recebê-los quando estes vão ao Palácio da Resistência, como aconteceu na última quarta-feira, 1/11.
Mente para os diabéticos quando promete, num amanhã que nunca chega, entregar a insulina fundamental para que continuem vivos.
Mente pra si mesmo quando encarna o alter ego do “pobrezinho” mas não abre mão dos luxos que o dinheiro do contribuinte é capaz de bancar. O aluguel de carros caríssimos é apenas um exemplo.
O prefeito ainda segue impune nesse lamaçal de mentiras no qual chafurda sem pudor. Por que controla a narrativa, dizem os ingênuos.
O tal controle, registre-se, nada mais é que um eufemismo para mentir.
O controle da narrativa, reforce-se, é feito por meio das mídias digitais, que o prefeito domina bem. Mesmo que para isso apague os comentários negativos nas postagens que faz. Tanto nas oficiais quanto nas oficiosas.
Segue incólume por causa também da omissão de quem deveria agir.
Controlava a narrativa também com agressivas e intimidatórias campanhas de descredibilização dos poucos que ainda tem coragem de denunciar muitas das irregularidades que saltam aos olhos. Muitos não veem porque não querem. Outros até querem, mas são impedidos.
O controle da narrativa é feito pelo aparelhamento da comunicação oficial do município, que sonega informações aos órgãos de imprensa que tentam levar à população a verdade do que acontece. Que age apenas por meio de notas ameaçadoras quando deveria explicar o que se questiona.
Por tanta mentira pulando por aí, ninguém se surpreenda se daqui a pouco se espalhar a narrativa de que o prefeito cravou um duplo twist carpado e conseguiu índice para Paris.
* Professor e jornalista