A política é a arte de escolher inimigos, definiu o jornalista Thomas Traumann. Apesar do exagero bélico, a afirmação tem razão de ser. Soaria melhor, claro, principalmente nesses tempos de normalização do discurso de ódio, que se substituisse o inimigos por adversários. No entanto, há quem faça política criando inimigos. Na acepção plena do termo.
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), é um desses. À medida que avança em seus propósitos – e, principalmente por causa deles – o prefeito de Mossoró vai enfileirando desafetos. A forma deselegante, desrespeitosa e vil com que descarta os que lhes são úteis faz com que os descartados passem a vê-lo não como adversário, mas como inimigo. São muitos os exemplos e gastaríamos muitas linhas enumerando-os. Ademais, Mossoró quase toda sabe e parte do Rio Grande do Norte já conhece quem são.
Além daqueles que não integram mais o espectro político do prefeito, há um outro grupo de pessoas que estão insatisfeitas com o prefeito. É o bloco dos que foram “rebaixados”. Gente que ostentava a alegria de ser integrante do primeiro escalão da gestão e agora foi posta de lado e recebeu apenas pequeníssimos “prêmios de consolação”.
Não são poucos os que estão nessa situação. E a insatisfação é proporcional ao esforço que faziam pela gestão. Pessoas que se viram obrigadas a fazer o que não queriam. E que estão em postos irrelevantes apenas porque sabem muito sobre a gestão.
Tem auxiliar que foi reduzido(a) a rabiscador de release. O brilho de estar ganhando um salário de secretário (mesmo sem ter a autonomia do cargo) foi substituído pela raiva e tristeza. Alguns encaram o “rebaixamento” como verdadeira humilhação. Tem muitos e muitas com crises depressivas. São verdadeiros homens e mulheres-bomba. Gente que pode explodir a qualquer momento, fazendo vir à tona informações importantes sobre algumas licitações, certos contratos e determinadas reuniões.
Na política, mais perigoso do que ter inimigos declarados talvez seja ter amigos insatisfeitos. Em Mossoró, esse exército é grande. Não tardará a aparecer motivos para que entrem em batalha.