* Márcio Alexandre
Sim, ele é covarde, mas é mau. É um canalha, mas perigoso. Mentalmente perturbado, cognitivamente limitado e socialmente disruptivo, mas essencialmente mau.
Façam as análises que fizerem sobre o teatro de horrores em que Jair Bolsonaro (PL) tentou transformar o seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas não esqueçam do mais importante: o ex-presidente é um homem perigoso, covarde e ardiloso.
Capaz de abrir mão da própria dignidade (que não tem) para salvar sua dorsal venenosa. Sem feto a ninguém, sem respeito a nada, sem nenhum propósito que não seja exercer sua maldade, alimentar seus maus instintos e satisfazer sua pulsão de morte.
E em nome disso, o ex-presidente incorpora qualquer personagem, por mais tosco que seja, por mais achamboado que pareça.
Ele finge medo, finge graça, mas não disfarça. Bolsonaro é um homem perigoso. Em seu maior grau. Capaz das piores atrocidades.
Sua tentativa de enxovalhar a sessão do STF é mais um indício de que golpistas, sobretudos da (falta) de nível de Bolsonaro devem ser punidos como manda a lei.
O medo que Bolsonaro demonstra quando é confrontado com a verdade é inversamente proporcional à arrogância, à petulância e à selvageria com que age quando está em situação de mando, quando investido de poder. Deixá-lo impune é dar chance para o horror ganhar holofotes. Quando isso acontece, a humanidade fica sempre em risco.
* Professor e jornalista
Foto: Agência Brasil