Ugmar Nogueira
Tivéssemos num tempo normal, sem mordaça, sem aparelhamento e com cada órgão, público ou privado, cumprindo com seu dever, Mossoró contaria hoje com dois tomógrafos atendendo aos seus pacientes: um no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e outro no Posto de Atendimento Médico, o conhecido PAM do Bom Jardim.
O do Tarcísio Maia entrou em funcionamento nesta sexta-feira, 1/3. O outro jaz numa caixa em lugar incerto e não sabido.
O do HRTM foi comprado pelo Governo Fátima em dezembro do ano passado. O outro foi adquirido pela gestão Allyson Bezerra em 2022. Em agosto daquele ano, a mídia oficial anunciava o recebimento do equipamento como “um marco” para a cidade. Não passou disso. Até agora, não foi feito um único exame. Sequer foi instalado. Uma crueldade.
As mesmas vozes que gritaram, histericamente, porque o tomógrafo do HRTM não havia sido instalado em fevereiro se calam diante da inexplicável, monstruosa, criminosa e inaceitável demora da gestão municipal em colocar em funcionamento um equipamento tão imprescindível ao serviço de saúde. Tão importante para salvar vidas.
A gestão Allyson Bezerra não apresenta justificativa plausível para uma demora de quase dois (até agora). Numa cidade de saúde sucateada, impedir que a população faça uso de tomógrafo é coisa de sádico, sociopata ou coisa parecida.
Não há outra forma de analisar a postura de uma autoridade que se compraz com o sofrimento alheio enquanto um equipamento milionário aguarda por sua boa vontade para ser disponibilizado para o povo. Um crime contra a saúde pública. Uma maldade contra a população. Um horror contra os doentes.
Tivéssemos num tempo normal, estariam todos cobrando do prefeito Allyson Bezerra que cesse a ruindade e dê ao povo o que é do povo. Quem assacou contra a governadora Fátima poderia abrir a fileira. Seria ao menos um gesto de dignidade.
Fátima cumpriu a promessa. Em poucos meses comprou um tomógrafo novo e colocou em funcionamento.
O tomógrafo do PAM segue sem data para entra em funcionamento, numa espera infinita. Talvez até outubro o prefeito Allyson se digne a agir com hombridade. Nesse ano, não basta fingir-se de bom. É preciso cessar a maldade para posar de salvador da pátria.
