Tragédia econômica de Bolsonaro: Boletos acumulados, famílias endividadas e fome

por Ugmar Nogueira
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Em abril, 28,6% das famílias brasileiras, 12,67 milhões de lares, deixaram de pagar contas como tarifas de água, luz, gás, o IPTU, e outras. Desse total, 10,9% dizem que não têm dinheiro, nem expectativa de pagar as contas atrasadas, ou seja, vão ficar inadimplentes e com risco de ter os nomes incluídos nos cadastros do SPC e da Serasa.

Essa situação de inadimplência pode ainda se alastrar muito mais, já que a pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que no total, 77,7% das famílias no país estão endividadas, umas vão conseguir pagar as contas, outras não. Esse percentual é 11% a mais do que no governo Dilma, em 2015. A menor taxa de endividamento das famílias foi no governo Lula em 2010 (54%).

Se levarmos em consideração que desde abril do ano passado, a taxa de inadimplentes cresceu 10,2%, é possível vislumbrar que a condução da economia pelo banqueiro e atual ministro Paulo Guedes e pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) vai de mal a pior.

O maior impacto individual do índice no mês (0,44 ponto percentual) veio do preço da gasolina, que avançou 7,51% e bateu o recorde desde que a Associação Nacional do Petróleo (ANP) começou a divulgar a pesquisa mensal de preço há 18 anos – e isso tem mais a ver com a Política de Paridade Internacional (PPI) da Petrobras, baseada nos preços dos barris de petróleo e na cotação do dólar, além da venda da BR Distribuidora do que com o cenário internacional. O preço médio chegou a R$ 7,27 o litro. Ou seja, para encher um tanque de 40 litros, o brasileiro gasta em média 290 reais, quase 24% do salário-mínimo vigente no país, de R$ 1.212. Em 8 anos de Lula presidente, gasolina só subiu R$ 0,43, de acordo com levantamento do Instituto Lula.

Carrinhos de supermercados cada vez mais vazios – A inflação dos alimentos que compõem a cesta básica superou 20% no acumulado de 12 meses, entre abril de 2021 e março de 2022. O preço da cesta básica pesquisada em 17 capitais, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), revelou que um salário mínimo (R$ 1.112) tem comprometidos 58,57 % do seu valor. São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 761,19) em março, o equivalente a quase 65% do mínimo.

O resultado da inflação dos alimentos é mais pessoas passando fome. Hoje mais de 19 milhões não comem o suficiente e outros quase 50 milhões não comem as três refeições diárias necessárias.

Vilões do endividamento – 88,8% das pessoas se endividaram no cartão de crédito, apontando que o endividamento está crescendo essencialmente no consumo de curto prazo: as pessoas fazem dívidas para pagar compras de supermercado, que mostra que itens básicos para uma sobrevivência digna se tornaram os vilões do bolso da população

E como faz para preparar o pouco que dá pra comer, quando o gás de cozinha virou artigo de luxo, com pessoas trocando o botijão de 13 quilos pela lenha e morrendo queimadas? Com preço médio de R$ 113,48, um botijão custa 10% do salário mínimo e atinge a maior média real do século 21. Em algumas regiões, com preços acima da média – há localidades em que o botijão chega a R$ 160, o percentual supera em muito os 10% do salário mínimo.

Além das contas atrasadas, a comida cara e das tarifas como energia elétrica aumentando, quem paga aluguel não sabe se terá moradia quando chegar a hora do reajuste. Isto porque o Índice Geral de Preços – Mercado 9IGP-M) utilizado para os reajustes de aluguel está acumulado em 14,66% nos últimos 12 meses. Só este ano subiu 6,98%. (Fonte: CUT)

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