Uma saída para Ludmila Oliveira

por Ugmar Nogueira
A+A-
Reiniciar

Por Márcio Alexandre

 

A professora Ludmila Oliveira ainda luta para permanecer como reitora da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa). Com o diploma de Doutora cassado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sob acusação de plágio, Ludmila não pode legalmente ficar como a principal gestora da Ufersa.
Com a cassação do diploma, o Conselho Universitário (Consuni) realizou procedimento legal para destituição de Ludmila do cargo: instituiu uma comissão para criar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Essa comissão emitiu um parecer pela destituição. O parecer foi votado e aprovado pelo Consuni.

O conselho, por sua vez, oficiou ao Ministério da Educação (MEC) para que este acate-o ou descarte-o. Caso o parecer seja acatado, uma portaria deverá ser emitida com a exoneração de Ludmila. Seja qual for a decisão do MEC, ela não tardará.
Enquanto isso, Ludmila se apega às possibilidades jurídicas. Embora tenha tido recursos negados pela Justiça Federal, ela tem fé de que poderá reverter a situação. É muito difícil, é verdade. Juridicamente,Ludmila teve uma pequena vitória nos últimos dias. Filigranas.
Apesar de tudo caminhar para a perda do cargo, há luz no final do túnel para a professora em questão. E não é o trem.

Ludmila deverá empreender verdadeira chicana jurídica para permanecer no cargo até o fim do mandato, em 21 de agosto do próximo ano. Caso isso ocorra, e as possibilidades de arrastar o processo até lá são grandes, Ludmila poderá sair totalmente incólume, mesmo que se comprove – coisa que deve acontecer- que ela exerceu o mandato de reitora sem ter a titulação para tal.
Finalizado o mandato, a sanção mais grave que Ludmila teria seria do ponto de vista pecuniário. É isso, hoje, sua grande preocupação: ter que devolver o que amealhou criminosamente se comprovado for que agiu como impostora e farsante.
Pois bem. Há grande chance de Ludmila se safar de ter que devolver a dinheirama que embolsou ilegalmente caso seja finalmente destituída, mesmo que no apagar das luzes do mandato.
Na decisão final que comprovar o crime do qual Ludmila é acusada, é provável que os efeitos da decisão sejam modulados, ou seja, dificilmente retroagirão ao início do mandato.
Cassar o mandato desde o início traria uma insegurança jurídica muito grande porque significaria que todos os atos praticados por Ludmila desde o início de sua fraudulenta gestão – como a decisão jurídica deve provar – seriam declarados nulos.

Nesse caso, seria um prejuízo muito grande não só para a Ufersa, mas para todos os alunos que tiveram diplomas assinados por Ludmila. Por mais absurdo que possa parecer, mesmo que a Justiça decida, de forma definitiva, que Ludmila cometeu crimes, ela poderá sair da provável empreitada criminosa sem sofrer um arranhão.

* Jornalista e professor

 

Publicidade

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

* Ao usar este formulário, você concorda com o armazenamento e o manuseio dos seus dados por este site.

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode optar por não participar se desejar. Aceitar Leia mais