* Márcio Alexandre
Os vereadores Costinha (MDB), Edson Carlos (Cidadania), Genilson Alves (PROS), Ricardo de Dodoca (PP), Naldo Feitosa (PSC), Wiginis do Gás (Podemos), Raério Cabeção (PSD), Lawrence Amorim (Solidariedade), Lucas das Malhas (MDB) e Marckuty da Maisa (SD) não devem ter passado dificuldades alimentares. Certamente, nunca passaram pela angústia de ver uma criança chorando por não ter o que comer. Não devem ter vivido a experiência de escolher entre comer ou deixar a comida para um filho. De escolher entre almoçar ou jantar.
Se passaram por isso, devem ter pouca memória ou nenhuma sensibilidade. Se fossem sensíveis, lembrariam dos muitos que pedem ajuda nos semáforos da cidade. Jovens, adultos e crianças que mendigam um pão. Precisam ser cegos de sentimentos e secos de solidariedade. Somente condições como essa podem servir para explicar tanta indiferença.
Somente essa indiferença ao sofrimento alheio para que tenham aceitado adiar uma ajuda do poder público aos que passam fome. Pois bem, com muita empáfia e nenhuma empatia derrubaram a urgência do projeto que cria o Fundo Municipal de Combate à Pobreza.
Nenhuma palavra que disserem para justificar a maldade vai aplacar a fome dos que sofrem sem ter o que comer. Dos que choram pela inópia alimentar. Dos que não se alimentam por não ter como.
Quanta indignidade! Quanta quanto desprezo pela dor do outro. Quanta vileza. Que postura abjeta.
Não se compadecem com a miséria. Miseravelmente, votam contra os que precisam. Precisamente, devem ser recompensados por isso. Ao se negar a combater a indigência famélica, se mostram indigentes morais.
O episódio deixa uma certeza: esses caríssimos vereadores não apresentam projetos por falta de ideia. É ausência de vontade de ajudar a quem precisa. É inépcia premeditada. Inapetência conveniente.
* Professor e jornalista
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