Uma verdadeira farra com o dinheiro público. É assim que estão sendo encarados os gastos da prefeitura de Mossoró com blogs alinhados ao Palácio da Resistência. Não é crime pagar publicidade em órgãos de comunicação. Aliás, pelos princípios constitucionais da transparência e publicidade dos atos públicos, é até obrigação.
O que chama a atenção é que grande parte do dinheiro é utilizado pela gestão municipal com blogs que atuam como assessores de imprensa de Allyson Bezerra. Blogs que, de tanto acusar os outros e de não ter um mínimo de audiência, parecem compor o gabinete do ódio (milícia digital mossoroense que vive de atacar quem critica Allyson).
Na lista estão hackers, donos de perfis de internet, pastores, beijoqueiros e até o marido de uma secretária municipal (cujo blog é agraciado todos os meses com R$ 4 mil, embora não tenha 100 acessos diários).
Além de receberem por “publicidade oficial”, alguns donos de blogs e perfis de rede social tem cargos na gestão Allyson Bezerra.
Também preocupa que o dinheiro do contribuinte mossoroense seja utilizado para pagar a notórios propagadores de notícias falsas e discurso de ódio. Tanto de Mossoró quanto de Natal. Os beneficiados estão na lista de pagamentos de Allyson Bezerra desde que ele assumiu a prefeitura. Outros remontam à gestão da ex-prefeita Rosalba Ciarlini.
Muitos dos que recebiam verba publicitária da prefeitura de Mossoró foram excluídos depois que Allyson Bezerra assumiu e não aceitou que se fizesse críticas à sua gestão, numa clara perseguição a quem não aceita censura, e numa demonstração de uso do dinheiro público a favor dos interesses pessoais de Allyson.
Causa surpresa, no entanto, que tanta gente tenha aceitado vender sua linha editorial para permanecer na folha de pagamento. De 2021 a 2024, não há, nos sites, blogs, rádios e perfis dos beijoqueiros pagos com dinheiro público, uma crítica sequer ao prefeito Allyson Bezerra.
Para se ter uma ideia de como a relação é promíscua, nesse período, a gestão Allyson Bezerra foi flagrada contratando com empresas fantasmas, superfaturando cachês de artistas, contratando condenados pela Justiça e aumentando valores de obras mesmo estas tendo sido concluídas. Nenhum desses assuntos recebeu uma linha, um reel ou uma menção mínima que seja em quaisquer desses beneficiados com dinheiro da prefeitura de Mossoró.
A maioria, no entanto, age de forma coordenada para defender a gestão Allyson Bezerra, divulgando “notas técnicas” usadas para negar direitos a servidores, e até mesmo ´para atacar professores. Aliás, o site do “jornalista” que chamou docentes grevistas de criminosos em 2023 recebe cerca de R$ 100 mil reais a cada ano.
Nos seus primeiro quatro anos de gestão, Allyson Bezerra gastou quase R$ 14 milhões para agradar a mídia controlada pelo Palácio da Resistência (de R$ 2,5 milhão em 2021, R$ 4 milhões em 2022, R$ 5,6 milhões em 2023 e R$ 1,7 milhão no ano passado. Os valores finais são ainda maiores, pois os dados acima são de apenas uma das agências que tem a conta da prefeitura de Mossoró.
Veja as planilhas, que constam da ação que investiga o uso de poder político e econômico de Allyson Bezerra nas eleições do ano passado.
TABELA – ART&C – TRE – MOSSORÓ – 2021
TABELA – ART&C – TRE – MOSSORÓ – 2022