A corrupção sempre rondou a gestão Allyson Bezerra (União Brasil). Isso é fato. Se Allyson é, de fato, corrupto, só o avanço das investigações em curso podem dizer. O certo é que o prefeito teve e tem algumas chances de colocar as questões nebulosas de sua gestão a limpo. Parece faltar vontade. O gestor não se explica nem deixa ninguém investigar as denúncias de irregularidades que se tornaram comuns desde que ele assumiu o comando do Palácio da Resistência.
Allyson não fez o que deveria ser feito quando se descobriu que o seu principal auxiliar, braço-direito e homem forte, de sua gestão, Kadson Eduardo, foi condenado por fraudar um processo na Justiça Federal. Somente o tirou do governo depois de muita pressão. Kadson está sem cargo na gestão, mas não sem função (se está sem remuneração, que Allyson venha a público esclarecer). O fato é que Kadson, que é advogado, já foi flagrado na Procuradoria Geral do Município.
Allyson também não fez o que deveria quando o produtor cultural Thiago Bento foi flagrado assumindo que superfaturava cachês de companhias teatrais. Apesar de ter exonerado Thiago logo após a descoberta, o prefeito nunca deu satisfações públicas sobre a atuação de Thiago Bento, principalmente porque o produtor era lotado na Secretaria Municipal de Culttura (SMC), pasta responsável por contratos milionários. Thiago Bento desapareceu, Allyson se escondeu.
A gestão municipal foi flagrada ao contratar com uma empresa fantasma. Um contrato de R$ 3 milhões para fornecimento de alimentos à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O negócio era tão ruidoso e com evidências tão fortes de ilegalidade, que os ex-vereadores Paulo Igo, Omar Nogueira e Tony Fernandes foram a São Tomé (cidade onde a citada distribuidora estaria localizada) e ao chegar no endereço que consta nos documentos do processo licitatório, descobriram que a emporesa não existia. Forçado pelas circunstâncias, Allyson se viu obrigado a cancelar a licitação, mas, mais uma vez, também não deu explicações sobre a marmelada.
O prefeito está acossado por uma série de denúncias de corrupção. Intitulada de “Os Segredos de Allyson”, a série de reportagens do Blog do Barreto traz acusações gravíssimas contra o gestor. Inclusive de que o próprio Allyson Bezerra estaria cobrando propina a empresas que prestam serviços ao município. Ao invés de vir a público se explicar, Allyson preferiu censurar o trabalho do jornalista. O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que as denúncias são gravíssimas, que Bruno não cometeu nenhum crime e autorização a republicação das reportagens. Em público, Allyson segue evitando falar sobre o assunto.
O mais recente escândalo da gestão Allyson Bezerra é sobre a suspeita de superfaturamento no contrato da decoração natalina de Mossoró. A oposição pediu à gestão explicações sobre a operação. A bancada governista derrubou o requerimento com o pedido.
P;oucos dias depois, o prefeito mandou espalhar que servidores da Secretaria Municipal de Administração entregaram ao presidente da Câmara Municipal, vereador Genilson Alves (UB) os documentos sobre o processo licitatório que culminou no contrato da decoração natalina. Não se sabe o porquê de o prefeito ter mando sua bancada derrubar o requerimento que pedia explicações. Parece mais jogo de cena do que qualquer outra coisa.
A postura de Allyson deixa margens às várias interpretações. Inclusive a se duvidar do que de fato consta nos papéis. Principalmente porque o próprio prefeito garante que a sua gestão é totalmente digital. Onde ele arranjou tanto papel? Só o próprio prefeito pode explicar. Mas vir a público tratar de coisas sérias não é o forte de Allyson Bezerra. Dar piruetas para enganar bobo parece ser algo que melhor lhe apraz.
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