Senador Jean defende investigação do sistema privado de saúde

por Ugmar Nogueira
A+A-
Reiniciar

O líder da minoria, senador Jean (PT-RN), afirmou ontem, 7/10, na CPI da Covid, que o país precisa investigar o sistema de saúde privado.

“Nós vimos aqui relatos alarmantes que colocam em dúvida nosso sistema de saúde suplementar. Essas histórias escabrosas que nós ouvimos hoje podem ser apenas a ponta de um iceberg, com um grande contingente de afetados por práticas médicas antiéticas e políticas empresariais agressivas que tratam a saúde do cliente, do cidadão como um obstáculo para a manutenção das suas receitas”, afirmou.

“Cabe a este Senado Federal, a partir dos escombros desse desastre humanitário, fortalecer as instâncias de controle pra assegurar que essa ignomínia, ou todas essas ignomínias que ouvimos aqui, hoje e antes, não se repitam”, completou o senador.

Na quinta (7/10), na comissão, o advogado Tadeu Frederico de Andrade declarou que médicos da operadora do plano de saúde usaram o prontuário de outra paciente para tentar convencer a família dele a tirá-lo da UTI e enviá-lo aos cuidados paliativos.

“Meu óbito ocorreria em poucos dias. Seria ministrada em mim uma bomba de morfina, e todos os meus equipamentos de sobrevivência na UTI seriam desligados. Inclusive, se eu tivesse alguma parada cardíaca, teria recomendação para não haver reanimação”, denunciou o advogado.

O Senador Jean argumentou que é desonesto fazer com que pacientes assinem, em um momento de pressão, um termo de compromisso sem explicações dos riscos envolvidos.  “É difícil a pessoa ter plena consciência numa hora dessas. O ponto não é se assina ou não assina, o ponto é que a Justiça não deverá levar em conta esses documentos, porque são documentos feitos simplesmente na pressão de uma situação de vida e morte”, criticou.

Conselho Federal de Medicina – O senador Jean lamentou que a representação médica no pais deixou de ser uma instituição representativas de classe e virou um balcão governista.  “Está mais do que provado que o argumento da suposta autonomia do médico não existe, é uma quimera. Em alguns casos, como o relatado hoje (quinta), claramente o profissional médico era coagido a receitar medicamentos sem eficácia, desprovidos de qualquer suporte de quem devia protegê-los”, disse.

“Até hoje, com mais de ano e meio de pandemia, não houve, por parte do CFM, uma condenação inequívoca do uso de vermífugos e outros medicamentos inadequados para o tratamento da covid-19. A omissão do conselho e dos conselhos regionais terão consequências duradouras. Viola-se a confiança que naturalmente deveria existir entre paciente e médico”, completou Jean.

 

Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com

 

Publicidade

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

* Ao usar este formulário, você concorda com o armazenamento e o manuseio dos seus dados por este site.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode optar por não participar se desejar. Aceitar Leia mais