* Márcio Alexandre
Efervescência do momento eleitoral. Poucos dias para a votação e a cidade em polvorosa. Candidatos nas ruas e nas redes sociais levando suas propostas, apresentando suas intenções, definindo suas proposições. São os antecedentes da votação.
Como candidatos, são todos obrigados a ir a todos os lugares falar sobre tudo o que interessa a cidade e a seus habitantes. Entrevistas, debates e sabatinas tem sido realizadas quase diariamente. Há poucos dias do grande dia, o principal candidato e seu companheiro de chapa, os Bezerra Allyson e Marcos, ávidos por continuar nas tetas do poder, se negam a ir a debates, sabatinas e entrevistas.
Até pouco tempo, o que se sabia era o medo de terem que dar explicações. Marcos Bezerra, por tudo o que de ruim aconteceu na Saúde, onde até então agia como jagunço de Allyson na pasta. E o próprio Allyson com tanto para dizer pelo muito que fez de errado (olha os relatórios falsificados aí gente) e pelo que não fez de certo.
Um fato, no entanto, tem chamado a atenção. Algo que há tempo se sabe e pouco se fala. Coube ao bioquímico Genivan Vale (PL) dar nome aos bois. Em Mossoró temos “línguas de aluguel”. Gente que, segundo Genivan, fala pelo prefeito. Para dizer o que ele tem vontade, mas falta-lhe coragem. Par verbalizar o que faz na prática, mas escasseia arrojo. Sem som, a ruindade causa mais estrago.
Línguas de aluguel. Para lamber quem dita as duras ordens dos tiranos. Para salivar com as maldades feitas. Para escumar com a subserviência. Para esputar o sobejo da malversação. Adulando quem ama. Açulando quem reclama.
“Línguas de aluguel”. Ferinas, tóxicas, venenosas, maldosas, criminosas. E barulhentas. Espalhadas em perfis de instagram, em blog apócrifos e em sites não confiáveis. Para ferir, envenenar e cometer crimes. Evocando para si o que não são: jornalistas. Não passam de reles moleques de recado do poder. Bufões teleguiados. Chocarreiros desqualificados. “Línguas de aluguel”, como disse Genivan.
Resta saber com o que lhes adoçam a taramela. A recompensa é tão boa que alguns deles não conseguem disfarçar a satisfação. O êxtase é tanto que é preciso, em público, irromper o sentimento que guardam no privado. A promiscuidade campeia em Mossoró. Com dinheiro público, claro. “Línguas de aluguel”. De bocas que maldizem a serviço de quem não sabe o que é o bem.
* Professor e jornalista