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Distrai a população com vídeos, enquanto desvia dinheiro da educação, saúde e do lixo

Nas prefeituras e governos estaduais, os gestores tiktokers fazem de tudo para iludir

por Ugmar Nogueira
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A manchete é sobre um prefeito de um município paulista, Sorocaba. Mas pode ser de qualquer uma das cidades brasileiras, do Centro ao Sul, do Sudeste ao Nordeste. Reflete bem o modus operandi dessa “nova safra” de políticos. Gente que, das redes sociais, catapultou o nome à urnas. E dessas, aos postos mais generosos do Executivo e Legislativo.

Nas prefeituras e governos estaduais, os gestores tiktokers fazem de tudo para iludir. Sobram vídeos “maneiros” e faltam políticas sérias. Pululam postagens e escasseiam serviços. Abundam lives e rareiam obras. E, principalmente, desaparecem os recursos públicos.

Tem sido assim. Do Oiapoque ao Ichuí. De Doutor Severiano (RN) a Criciúma (SC). De Santa Quitéria (CE) a Ibipitanga (BA). O roteiro dos desonestos é o mesmo, embora as investigações não tenham chegado a todos os endereços que precisa. A aos condomínios de luxo onde os criminosos mais espertos se escondem porque sabem que a polícia só tem fúria na favela.

Sorocaba é um exemplo clássico de prefeitos que iludem a população enquanto a saqueia. Mas ele não está só. Infelizmente. Inspira outros e por eles também é inspirado. Se retroalimentam no discurso fajuto e na roubalheira recorrente. Recorrendo sempre à Internet para distrair. E posar de bom.

São muitos os que tem sido pegos com a boca na botija. Mas são ainda mais os que seguem com apetite voraz sobre o dinheiro do povo. Calçando uma rua e embolsando o dinheiro do calçamento de outras dez. Liberando o pagamento de uma cirurgia e desviando a verba de outras 100. Construindo uma clínica e pagando o preço de um hospital. Instalando 100 luzes de Natal e gastando o equivalente a 100 mil. Pagando a coleta de lixo a peso de ouro e comprando parte da mídia por trinta pratas.

Performance tétrica cara ao bolso do contribuinte. Quando o político vive da espetacularização há sempre algo sendo escondido do povo. Nenhuma dessas encenações resiste a uma investigação séria.

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