* Márcio Alexandre
A política partidária no Brasil vive um dos piores momentos da sua história. Grande parte dos detentores de mandatos eletivos perdeu o senso do ridículo. Jogou fora a sensatez. Enterrou a decência.
Nesses tempos de viralização de vídeos, tudo e qualquer bobagem vira pretexto para que um ou outro político fique na mídia. A geração tiktoker da política está matando – de vergonha e de assalto – a verdadeira política. Porque a maioria nem isso é. São apenas influencers que ganham votos e desviam verbas.
Vivemos a era da espetacularização da idiotice. Mossoró tem dois casos recentes dessa natureza.
Na campanha eleitoral do ano passado, o então candidato a vereador João Marcelo (PSD), para se incluir no arena das bizarrices do prefeito Allyson Bezerra (que tentava a reeleição), saiu dando pulinhos quando Allyson anunciou o seu nome. Resultado: três quedas numa só. Uma tristeza. Tombos homéricos transmitidos ao vivo pela internet. Tivesse um mínimo de vergonha teria desistido até da candidatura.
Na última sexta-feira, num ginásio lotado, em mais uma de suas atividades de campanha (agora ao Governo do Estado), Allyson Bezerra chamou ao palco (no teatro dos horrores em que se transformam as atividades de sua agenda), o vice-prefeito Marcos Bezerra. O vice deu um pulinho de onde estava para chegar ao lado do prefeito. Mais um que foi ao chão. Estabanada e vergonhosamente. Tivesse um mínimo das virtudes que se espera de um político honrado, já teria renunciado.
As duas principais autoridades do município passando vergonha tempo real. Allyson comandando o espetáculo patético. Marcos protagonizando algo tétrico. Dois Bezerra num curral midiático. Tudo em nome do poder nesses tempos em que ser idiota dá votos. Em que pagar mico dá notoriedade. Em que ser tolo chama a atenção. Jogando a liturgia dos cargos no lixo.
Mas tem sido assim, de norte a sul do país, com essa geração de políticos forjada na idiotização da plateia. No empobrecimento cultural das pessoas. No emburrecimento dos desavisados.
Enquanto caem, fazem piruetas e distraem os cidadãos, as maracutaias comem soltas. É assim que se constroem cortinas de fumaça para ninguém desconfiar do aumento do patrimônio desses “pobrezinhos”, enquanto exercem ditatorialmente os seus “podres poderes”.
A espetacularização da idiotice não é uma eventualidade. É planejada a régua e compasso. Com esmero. Com cuidado. Com afinco. Porque é assim que se distrai o povo enquanto ele é “subtraído em tenebrosas transações”. Sorocaba nunca esteve tão perto de nós.
* Professor e jornalista
P.S: para quem ainda não viu a tosquice, segue abaixo o vídeo

1 comentário
O povo ” idiota” merece o marqueteiro que tem. Pagar com tudo que estão passando é pouco, pois estão anestesiados e com a trava demoníaca nos olhos. Só a justiça de Deus para derreter todo esse mal das trevas.