O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) age nas sombras quando busca tirar direitos dos trabalhadores. Apesar de manipular na surdina, ele sempre vai deixando rastros de como vai dar os próximos passos nas suas tentativas maquiavélicas. É o que está acontecendo agora com o pagamento do reajuste do Piso Salarial Profissional Nacional do magistério. Não conceder esse direito dos docentes virou questão de honra para o gestor, que tem se movimentado como nunca nesse seu intento.
Após meses empurrando a questão com a barriga, Allyson começou a perceber que não terá mais como manter sua narrativa apenas “plantando notícias” em blogs e sites amigos. Para ganhar mais tempo, ele passou a vender a versão de que vai convocar a Câmara Municipal para o debate. E assim o está fazendo.
O que ocorre, porém, é que até então, o prefeito não contava mais com a maioria absoluta dos vereadores a seu lado. Além dos oposicionistas Marleide Cunha (PT), Francisco Carlos (PP), Larissa Rosado (PSDB), Allyson não tinha mais o apoio de Didi de Arnor (Republicanos), Gideon Ismaias (Cidadania) e Zé Peixeiro (PP).
Some-se a isso o fato de que outros seis parlamentares passaram a atuar em faixa própria, tendo peso decisivo, por exemplo, na votação do texto final de reforma da previdência municipal.
Isaac da Casca (Cidadania), Marckuty da Maisa (Solidariedade), Carmen Julia (MDB), Cabo Tony Fernandes (Solidariedade), Omar Nogueira (Patriota) e Paulo Igo (Solidariedade) formam o bloco “Diálogo e Respeito”. Pela forma como se comportaram nos últimos meses, a gestão percebeu que a ideia de “subserviência canina” pode ter ficado para trás.
Observando esse novo cenário, o prefeito Allyson teve que engolir o orgulho e resgatar antigos aliados e até pouco tempo, novos desafetos. Três nomes já estão quase certos para voltar ao ninho governista: Gideon Ismaias, Didi de Arnor e Zé Peixeiro. Allyson quer maioria não apenas para fazer valer a narrativa governista na Câmara nos debates e engodos que pretende levar a vara e a remo no Legislativo, mas e principalmente para que o projeto que for votado seja aquele que lhe agradar.
A declaração dada ao Blog Na Boca da Noite pelo vereador Zé Peixeiro para explicar sua volta ao governismo foi emblemática. “Vamos dar um ou outro voto em alguns projetos até outubro”.
A luta pelo reajuste do piso é uma grande batalha. Allyson está armado até os dentes para impedir que os professores tenham seu direito respeitado. Reforçar a tropa não é um gesto de grandeza com antigos desafetos. É uma questão vital para tingir seu propósito.
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