Foram cinco finais de semana de festa. Mais de 20 dias com os mais diferentes cantores subindo aos palcos. Quase nenhum com raízes nas festas juninas, é verdade, mas o Mossoró Cidade Junina (MCJ) cumpriu bem os papéis para os quais a gestão Allyson Bezerra (União Brasil) desejou: divertiu o povo e deixou o prefeito à vontade “para passar a boiada”.

Enquanto o povo se divertia na Estação das Artes e no Parque Armando Buá, fatos graves da gestão municipal vinham à tona. O som das irregularidades foi abafado pelas baterias, guitarras e baixos das atrações musicais. Além disso, muita pirotecnia foi criada para iludir.

Para impedir que as pessoas atentem para o processo de empobrecimento da cidade. Muitos são os prestadores de serviços que aguardam para receber por contratos celebrados com a gestão municipal. Um deles, a Zelo, terceirizada de serviços de limpeza, acionou a Justiça para receber o que tem direito e cobra R$ 7 milhões ao município.

O MCJ também serviu de pano de fundo para a gestão municipal esconder que comprou o castramóvel. O equipamento foi adquirido com dinheiro da emenda da deputada estadual Isolda Dantas (PT). O prefeito Allyso não quer que ninguém saiba a origem dos recursos e por isso, escondeu a aquisição. Os mossoroenses esperam que o castramóvel não passe 2 anos encaixotado, como foi feito com o tomógrafo do Pam do Bom Jardim (escondido pela gestão porque foi adquirido com emenda do ex-deputado Beto Rosado/PP).

Outro grave fato que veio a público e que o barulho festivo impediu que ganhasse maior repercussão foi a redução no número de matrículas na rede municipal de ensino de Mossoró. A denúncia foi feita pela vereadora Marleide Cunha (PT).

De acordo com a parlamentar, dados do Censo Escolar 2023, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), mostram que as matrículas (educação infantil) e na pré-escola (crianças de 4 e 5 anos) caíram em 2023, se comparadas aos mesmos dados consolidados em 2020. A baixa nos números revela também que Mossoró não cumpriu metas importantes fixadas no Plano Municipal de Educação.

Segundo o Censo Escolar, em 2020 Mossoró teve 7.100 crianças matriculadas. Esse número caiu para 7.082 em 2023. Já com relação à pré-escola, o número diminuiu de 3.744, em 2020, para 3.416 no ano de 2023.

Marleide lembra que a meta 1 do Plano Municipal de Educação (PME), de 2015, e que trata sobre a educação infantil e possui a validade de 10 anos, ou seja, deveria ser cumprida até 2025. Conforme a Lei nº 3298/2015 – PME, já no ano seguinte à sua aprovação, o município deveria universalizar a educação infantil na pré-escola, ou seja, todas as crianças entre 4 e 5 deveriam estar matriculadas e estudando, algo que não foi cumprido.

A meta também determina a ampliação da oferta da educação infantil em creches, que é o contrário do que mostra o Censo Escolar 2023, se comparado ao ano de 2020, e ao invés de ampliar as matrículas, houve diminuição, evidenciando que a gestão Allyson Bezerra vem na contramão do Plano Municipal de Educação e com relação à educação infantil no restante do país, que tem ampliado o número de matrículas em creches e na pré-escola.

A queda no número de matrículas na rede municipal de ensino é reflexo da falta de vagas, uma das tristes marcas da gestão Allyson Bezerra na educação. Relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RN) e do Ministério Público (MP/RN comprovam isso.

Levantamento do TCE/RN apontou que a gestão Allyson deixou mais de 500 crianças foram da escola. Já estudo feito pelo MP destacou que são quase mil crianças e adolescentes que não estão frequentando a escola em Mossoró por falta de vagas. Fato muito grave e que agora, sem o barulho ilusório deverá ter a repercussão merecida e a atenção dos órgãos de defesa dos direitos das crianças.

Também eclodiu a grave denúncia de que boicote feito pela gestão Allyson Bezerra ao Hospital da Mulher está deixando dezenas de mulheres sem os atendimentos médicos que aquela unidade hospitalar disponibiliza. Mais monstruoso que isso impossível.

 
 
 

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