Como num passe de mágica, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) de Mossoró mudou o seu posicionamento sobre a prestação de contas feitas pela gestão Allyson Bezerra (União Brasil) sobre os gastos feitos com o orçamento do Fundo Municipal de Saúde.

No dia 16 de outubro, o CMS tinha reprovado as contas, por graves vícios, como ausência na relação de prestadores do SUS a quem a prefeitura realizou pagamento; dados desencontrados e inconsistências nas informações apresentadas. 

Os erros graves na prestação de contas reafirmavam o que acontece na prática na saúde de Mossoró: casos na prestação dos serviços, conforme diversas denúncias chegadas ao CMS e que o próprio colegiado levou ao Ministério Público (MP).

Depois que o Boca da Noite publicou que o CMS havia reprovado as tais contas, o conselho foi submetido a uma verdadeira caça às bruxas pela gestão Allyson Bezerra. Além disso, muitos dos conselheiros passaram a sofrer pressões.

Coincidência ou não, após isso, a presidente do CMS, Suelda Felício, passou a minimizar a gravidade dos erros na prestação de contas. Chegou inclusive a voltar atrás nas declarações que deu ao Boca da Noite. 

Naquela oportunidade, Suelda respondeu ao nosso portal por meio de aplicativo de mensagens. Depois da pressão que o CMS passou a sofrer, ela apagou as mensagens. Nós, do Boca da Noite, já havíamos salvado-as e também feito print da tela.

Coincidência ou não, as contas foram aprovadas depois que o CMS realizou uma reunião extraordinária às pressas, na sexta-feira passada, 15/12, mesmo com a previsão de uma reunião prevista para a segunda-feira, 18/12. O mais grave: a reunião extraordinária foi convocada na quinta-feira, 14/12, um dia antes da data em que aconteceria. Com isso, nem todos os conselheiros puderam participar.

Com as convocação às pressas, e a presença quase às escondidas da secretária Morgana Dantas, que compareceu à reunião da sexta-feira, 15/12, o CMS encaminhou a aprovação das contas (mesmo com os graves erros) para a reunião da segunda-feira, 18/12. 

Segundo colheu o Boca da Noite, Morgana não apresentou a relação e os valores pagos aos prestadores SUS. Levou, por outro lado, um documento que, ao invés, de prestar esclarecimentos, trazia intimidação ao colegiado.

Alguns dos conselheiros, que não puderam estar na reunião da sexta-feira, desconfiam de como as coisas foram conduzidas. Alguns relataram ao Boca da Noite, sob sigilo, de que o processo não teve a transparência que deveria e lamentam que não tenham tido como participar da reunião da sexta-feira, convocada “às carreiras”. “Lamentável como tudo foi feito para que as contas ao final ganhassem o selo de aprovadas”, revelou um membro do colegiado. 

Coincidência ou não, depois que as pressões aumentaram junto aos conselheiros, a presidente do CMS, Suelda Felício, tem se recusado a receber ligações e/ou a responder a mensagens do Boca da Noite.  

Enviamos as seguintes perguntas a Suelda Felício:

O que a prefeitura fez para, em tão pouco tempo, sanar os graves vícios que tinha nas contas?

A prefeitura enviou a lista dos prestadores do SUS a quem ela realizou pagamentos?

Por que o conselho voltou atrás na reprovação se seguem as denúncias de falta de assistência na rede municipal de saúde?

Por que o CMS realizou uma reunião extraordinária de urgência na sexta-feira se já havia previsão de reunião na segunda-feira?

O CMS não perde credibilidade ao mudar tão repentinamente o posicionamento sobre algo tão grave?

Ainda não tivemos retorno. Suelda também não atendeu nossas ligações.

 

 

2 thoughts on “BOMBA: Sob pressão, Conselho Municipal de Saúde muda, às pressas, parecer sobre desaprovação das contas da gestão Allyson

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