‘Estamos apenas abrindo a porta’, diz Lula, sobre criação das universidades federais Indígena e do Esporte

Presidente assina projeto para criação da Universidade Federal Indígena (Unind) e da Universidade Federal do Esporte (UFEsporte)

por Ugmar Nogueira
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Atletas e representantes de povos indígenas viveram nesta quinta-feira, 27 de novembro, no Palácio do Planalto, em Brasília, um momento histórico e que abre portas para duas iniciativas inéditas: a criação da Universidade Federal Indígena (Unind) e a Universidade Federal do Esporte (UFEsporte). Os projetos de lei foram assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para envio ao Congresso Nacional. “Nós estamos apenas abrindo a porta e dizendo: entrem. Esse país é de vocês”, afirmou Lula.

Ao se referir à importância da Unind, o presidente destacou que se trata de uma reparação histórica. “Nós queremos que os povos indígenas sejam, tanto quanto os outros povos que vivem nesse país, tratados com respeito, com carinho, com direito a dignidade, à vida, ao trabalho, à sua cultura”.

Essa universidade é para isso: devolver para vocês a cidadania e o respeito. Aqueles que vierem depois de nós, daqui a alguns anos, vão ter certeza de que os povos indígenas vão viver com muito mais dignidade, com muito mais respeito, e que serão tratados com decência”, ressaltou Lula.

Ao se referir à UFEsporte, o presidente destacou que a iniciativa deverá criar condições para que os atletas possam aperfeiçoar seus dons e tornar o Brasil mais competitivo. “A gente não pode permitir que o esporte sobreviva por conta do milagre de cada um individualmente. A gente vai dar condições científicas e técnicas para aperfeiçoar o dom que a pessoa já tem. É isso que nós estamos fazendo quando a gente quer criar uma universidade. A gente tinha que fazer uma universidade mais ampla para pegar toda a área de esporte, formar profissionais, qualificar profissionais, para que a gente possa ser competitivo”, disse.

UNIVERSIDADE INDÍGENA – A Universidade Federal Indígena prevê estrutura multicampi dedicada à formação superior de povos indígenas de todas as regiões do país. Concebida a partir de amplo processo de diálogo nacional, a Unind foi desenhada para refletir a diversidade e a força dos povos indígenas. Com sede em Brasília, a universidade será um espaço de produção de conhecimento intercultural e contará com cursos tradicionais como Medicina, Engenharia e Direito. E também com gestão territorial, ciências ambientais e de saúde. Vinculada aos ministérios da Educação e dos Povos Indígenas, a Unind é resultado de consulta a lideranças, educadores, jovens, anciãos e organizações indígenas. A universidade terá processos seletivos próprios, com o objetivo de ampliar o ingresso de candidatos indígenas conforme a diversidade linguística e cultural.

UNIVERSIDADE DO ESPORTE – A Universidade Federal do Esporte é resultado da articulação entre o MEC e o Ministério do Esporte e se fundamenta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) e na Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023), com o propósito de integrar a formação acadêmica, a qualificação profissional e o desenvolvimento do esporte com excelência. A UFEsporte será a primeira universidade pública das Américas dedicada exclusivamente ao esporte e uma das poucas no mundo com esse nível de especialização. A iniciativa colocará o Brasil em posição de vanguarda ao reconhecer o esporte, não apenas como prática competitiva, mas como campo científico, tecnológico, social e econômico.

Ministro da Educação, Camilo Santana classificou a assinatura dos projetos de lei como uma data emblemática.

“É um dia histórico para os povos indígenas e para o esporte brasileiro. É uma demanda histórica a criação da Universidade Federal Indígena desse país. A universidade é uma iniciativa do Governo Federal para a formação de indígenas a partir de um modelo educacional que fortaleça as identidades, os saberes tradicionais”, pontuou.

Com oferta inicial de dez cursos, a previsão da Unind é oferecer até 48 cursos de graduação. A estimativa é que a universidade atenda aproximadamente 2,8 mil estudantes indígenas nos primeiros quatro anos de implantação. Os cursos de graduação e de pós-graduação serão voltados às áreas de interesse dos povos indígenas, consideradas estratégicas para o fortalecimento da autonomia, atuação laboral nos territórios e inserção profissional indígena em diferentes setores do mercado de trabalho. A ênfase é nos seguintes conhecimentos:

– Gestão ambiental e territorial
– Gestão de políticas públicas
– Sustentabilidade socioambiental
– Promoção das línguas indígenas
– Saúde
– Direito
– Agroecologia
– Engenharias e tecnologias
– Formação de professores
– Outras áreas correlatas

Fonte: Agência Gov / Via Planalto – Reprodução

Link: https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2025/11/201cestamos-apenas-abrindo-a-porta201d-diz-lula-sobre-universidades-federais-indigena-e-do-esporte

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