Editorial

A parte séria da imprensa de Natal – por aqui, os que tem capacidade intelectual de fazer a análise correta não possuem idoneidade moral para tanto – deu ao oportunismo de Allyson Bezerra (UB) a definição que ele merece: cinismo politiqueiro.

O prefeito usou as redes sociais para fazer uso político-eleitoral de um fato sério. O Governo do Estado atrasou o pagamento dos obstetras e o serviço sofreu solução de continuidade. Não deveria ter acontecido, mas acontece. Lamentavelmente.

O mesmo prefeito Allyson Bezerra que negou ao Governo do Estado o empréstimo do tomógrafo quando este se encontrava sem uso (foram 18 meses encaixotado) quis posar de bonzinho agora porque é candidato a governador. Disse que a prefeitura de Mossoró iria bancar os serviços. “Esqueceu” de revelar que a sua gestão se negou a compactuar a manutenção desses mesmos serviços.

O mesmo prefeito Allyson Bezerra que deixou cirurgias se acumularem para autorizá-las apenas às vésperas das eleições visando beneficiar seus candidatos preferenciais à Câmara de Mossoró vem agora a público posar de “salvador da pátria”. Mais enojante impossível.

O prefeito Allyson Bezerra cuja gestão tem acumulado mais de 30 mil procedimentos médicos em fila de espera na rede municipal de Saúde quer, agora, fingir que tem competência administrativa.

O mesmo prefeito Allyson Bezerra que deixa faltar insumos para exames básicos, como um hemograma, por exemplo, quer agora, aparecer como a panaceia para todos os males.

O mesmo prefeito Allyson Bezerra que se nega a regular os serviços que o Hospital da Mulher oferece. Dos mais de 60 municípios atendidos pelo Hospital da Mulher, apenas o de Mossoró não regula os serviços para que as mulheres da cidade possam ter acesso a serviços, exames e procedimentos importantíssimos para a saúde feminina.

Por tudo o que está posto, ao se postar como alguém que vai resolver o que não lhe compete – afinal, não resolve nem os de sua alçada – Allyson não passa de um aproveitador. Alguém que se assemelha a um chantagista canalha. Que usa o sofrimento do povo para se promover. Um potoqueiro. Um enganador. Um cínico politiqueiro.

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