* Márcio Alexandre
Líder. Aquele que lidera. Que deve servir de exemplo. No falar, no portar-se, no fazer. Aquele de quem se espera as melhores ações. As mais importantes decisões.
Aquele em cuja casa, se espera o piso mais limpo, a recepção mais respeitosa, o tratar mais cuidadoso.
O líder de um governo no parlamento. A Casa do povo. O espaço das ideias. O local dos argumentos.
Para isso, livros não são apenas necessários. Não somente fundamentais. São imprescindíveis.
Livros tem essa importância em qualquer lugar. E em lugares como uma Câmara de Vereadores, se espera que recebam o tratamento, o cuidado e o zelo redobrado. Afinal, neles estão os ingredientes que garantem aos parlamentares a boa oratória, o discurso eloquente, a palavra envolvente.
Imaginemos, então, livros no gabinete do líder do governo. Devem ser cuidados com esmero, pensa o desavisado.
Infelizmente, a cena que veio a público hoje denuncia o contrário. Mostra não só desrespeito ao saber, mas desapego ao livro e desprezo ao autor.
Pasmem. No gabinete do vereador Genilson Alves (PROS), líder do governo Allysson Bezerra (UB) livros servem de “calço”.
Pode-se imagina que seja algo simples, menor. Não é.
É um sinalizador de como respeito não é o forte. De quanto não se leva a sério o que deveria. De como não se faz o que se espera de um parlamento. É uma cena deprimente no gabinete de um líder.
Mais um fato a dar razão aos que dizem que a Câmara Municipal é um anexo do Palácio da Resistência. Um puxadinho da prefeitura. O livro usado como “calço” é sintomático dessa visão que se popularizou: o Legislativo fazendo as coisas de improviso. Uma vergonha.
Analfabetos em todos os graus, como valorizar livros?