Elas foram concebidas com o intuito de oferecer ao eleitor um cenário eleitoral momentâneo. Para mostrar aos futuros votantes como está uma determinada disputa por um cargo, oferecendo-lhe assim, perspectivas que o ajudem a definir sua escolha. Eram, portanto, importantes instrumentos num pleito.
Há tempos, no entanto, que deixara de ser ferramenta de orientação para serem meios de indução de voto. Nessa perspectiva, elas funcionam assim: elas vão sendo divulgadas colocando quem as contratou sempre em crescimento. Dessa forma, fica para o eleitor a falsa ideia de que determinado está mesmo aumentando seu percentual e votos, e assim, acaba votando nele.
Um dos indícios dessa manipulação é o fato de as pesquisas serem realizadas quase semanalmente. Mesmo que estejamos há meses, e às vezes até anos, do pleito. Essa é uma situação no mínimo estranha que desafia o Ministério Público Eleitoral e a Justiça Eleitoral.
Nesse ano, porém, o desafio, tanto para o MPE, quanto para a Justiça Eleitoral, é combater a disseminação de pesquisas sem o atendimento aos requisitos legais.
O mais recente levantamento sobre a disputa pelo Governo do Rio Grande do Norte, por exemplo, não traz quem a encomendou. Não se sabe quem a contratou, quem pagou pela pesquisa. Uma suspeita clara de que pode ter sido um dos interessados na disputa.
Pesquisas não são baratas. Cabe à Justiça Eleitoral descobrir quem são “os pobrezinhos” que as estão bancando.
