Era para ser uma conversa normal. Um pedido simples. Selecionada para atuar como auxiliar de sala, uma estudante de Pedagogia dirigiu-se à secretária municipal de Educação, professora-doutora Hubeônia Alencar, para uma solicitação singela: gostaria de ser encaminhada para atuar próximo de sua casa.

Mais do que a comodidade de ganhar um pouco de tempo, o dinheiro curto oferecido pela prefeitura para que os estudantes de licenciatura atuem como auxiliares foi o grande motivador. São apenas R$ 650,00 mensais. Dependendo da distância entre a casa do auxiliar e o local onde desenvolverá suas atribuições, o estagiário poderá ser obrigado a gastar quase todo o dinheiro apenas com transporte.

Temendo que isso pudesse lhe acontecer, a estudante se dirigiu, esperançosa, à Secretaria Municipal da Educação (SME) com a expectativa de convencer a própria secretária da necessidade de ser atendida em seu pleito.

A auxiliar denuncia que teria ocorrido justamente o contrário. Além de não ter tido seu pedido acatado, a estudante conta ter sido humilhada. Hubeônia, afirma a universitária, rasgou a documentação que ela tinha levado e que a credenciaria a ser auxiliar de sala.

A situação, constrangedora, vexatória, humilhante, teria sido presenciada por outras pessoas. A denunciante diz que reafirma sua versão dos fatos em qualquer lugar e em frente a qualquer pessoa, inclusive da própria acusada. A estudante ainda busca entender o motivo de tanta fúria, má-educação e selvageria.

O Blog Na Boca da Noite tentou ouvir a SME sobre o episódio ontem. O assessor da SME não atendeu as ligações e não respondeu as mensagens. Nesta quarta-feira, após novas tentativas infrutíferas com o assessor, recorremos à própria secretária Hubeônia. Há pouco, ela nos enviou esclarecimentos e negou que o episódio tenha ocorrido.  Segue abaixo sua nota:

Caro, Ugmar. Primeiro, agradecemos a consideração em nos procurar para que possamos apresentar a nossa versão sobre uma acusação que nos foi feita no seu programa. É coerente ouvir as duas partes. Nesse sentido, afirmamos que ficamos sempre à disposição, inclusive, por meio da nossa assessoria de comunicação, mas também o faremos diretamente, como esta consulta de agora.

Afirmamos que não há por parte desta secretaria qualquer apoio a distratos, ao contrário, há a orientação constante para que o público seja bem atendido, com informações claras, precisas e com muita cordialidade.

Sobre o suposto caso que motivou o seu contato conosco, afirmamos que, consultando nossa equipe com base nas informações veiculadas no seu programa, não há nenhum registro de que a suposta servidora “Ana Maria” tenha procurado algum dos nossos setores para a entrega de documentação. Portanto, não há como relatar sobre algo inexistente.

Quanto ao relato de que uma professora veio entregar uma documentação à secretária e “fora recebida aos gritos”, contestamos:

1 Primeiro, os documentos dos servidores não são entregues no gabinete da secretária, mas sim na Coordenadoria de Recursos Humanos. Portanto, a informação já diverge da nossa prática.

2 Consultados os setores de atendimento ao público da SME, todos afirmam que, no dia de ontem, 31/05/2022, nenhuma servidora por nome de “Ana Maria” procurou a SME para a entrega de documentação e não fora atendida. Se houver mais informações sobre o o suposto caso, solicitamos que nos informe para que possamos apurar/esclarecer.

3 A secretária afirma que nunca distratou qualquer servidor e que o depoimento da suposta “Ana Maria” é contrário ao feedback que temos recebido sobre o atendimento na SME. Há diversos relatos de muita cordialidade, atenção, respeito e presteza nas informações.

4 Afirmamos que não é verdadeira a afirmação de que houve, no dia 31/05/2022, episódio de “gritos” e distratos na SME envolvendo a secretária, nem qualquer outro servidor.

Ficamos à disposição para maiores esclarecimentos.

Hubeônia Morais de Alencar
Secretária de Educação

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