É de exploração, humilhação e desrespeito a relação da gestão Allyson Bezerra (UB) com a maioria dos pequenos comerciantes que vão trabalhar no Mossoró Cidade Junina. Além do aumento no valor das taxas e da extensa lista de exigências, a falta de transparência na definição dos locais tem preocupado esses trabalhadores.
Na última quarta-feira, o município reuniu esses comerciantes no auditório da Estação das Artes e, logo na entrada um primeiro sinal de que tudo é manipulado e obscuro: ninguém pode entrar no local do encontro portando celular ou qualquer outro aparelho eletrônico de comunicação. O motivo: impedir que vazem vídeos da humilhação a que os vendedores ambulantes são submetidos.
Uma das piores informações repassadas aos comerciantes foi de que a taxa para as pequenas barracas aumentou de R$ 280,00 para inacreditáveis R$ 800,00. Aumento quase 300%.
O absurdo aumento da taxa, no entanto, não é o único problema. Mesmo pagando tão alto, os comerciantes não sabem sequer onde ficarão suas barracas. A prefeitura disse que será publicada a lista daqueles que serão contemplados com os espaços para montar seus pequenos comércios ambulantes sem, no entanto, informar onde. “Imagine a gente pagar tão alto e a barraca ficar de um banheiro?, questiona um vendedor.
Na reunião, foi exigido dos comerciantes que montem barracas bonitas, principalmente para os dias em que o prefeito Allyson Bezerra visitar o local (eles serão avisados da tal visita previamente). Nesse quesito, uma exigência absurda: não se pode fazer nenhuma crítica ao gestor. Se por acaso aparecer alguém da imprensa, todos dizem apenas elogiar o prefeito.
Alguns vendedores que conversaram com o Boca da Noite informaram que alguns colegas que fizeram críticas ao prefeito em edições anteriores do Mossoró Cidade Junina nunca mais foram selecionados para vender na festa.
Nesse ano, todos os vendedores, inclusive aqueles que vendem no meio da multidão com isopres nas costas serão obrigados a pagar taxa.
As exigências absurdas e as taxas elevadas tem causado indignação entre os vendedores ambulantes. A maioria prefere o silêncio ou denunciar sob anonimato, com pena de punições, como aconteceu com colegas.
O Boca da Noite questionou a prefeitura sobre o aumento exagerado no valor da taxa, mas não obteve retorno.
