O número total de óbitos registrados no Brasil em 2020 foi de 1.513.575. Considerando-se os registros com sexo e idade conhecidos, o total de óbitos passou de 1.314.103 em 2019 para 1.510.068 em 2020, significando 195.965 mortes a mais, em um ano, ou uma alta de 14,9%, no período. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa variação anual foi muito acima de todas as registradas anteriormente pelas Estatísticas do Registro Civil, desde 1984. Entre 2018 e 2019, por exemplo, a variação havia sido de 2,7%. Além disso, mais de 99% dos 195.965 óbitos a mais de 2020 foram por causas naturais, classificação que inclui os óbitos decorrentes de doenças, inclusive a Covid-19.
A alta predominou entre pessoas acima de 60 anos de idade, que concentraram 75,8% da variação dos óbitos no ano. Nessa faixa etária, houve aumento de 16,3% (148.561 a mais) nos óbitos em 2020, ante uma alta de 4,5%, de 2018 para 2019. Na faixa dos 15 aos 59 anos, a alta foi de 14,9% em 2020, frente à queda de 1,2% no biênio anterior.
Já o número total de óbitos de menores de 15 anos caiu 15,1% em 2020 frente a 2019. De 2018 para 2019, os óbitos nessa faixa etária recuaram apenas 1,0%.
O número de óbitos dos menores de 1 ano teve a maior queda: 13,9% (4.190 mortes a menos) no período, frente à redução de 1,6% de 2018 a 2019 (490 óbitos a menos). Já entre as crianças de 1 a 4 anos, a queda foi de 23,7% (1.326 óbitos), ante uma alta de 1,5% entre 2018 e 2019.
MORTALIDADE DE JOVENS – Entre os óbitos ocorridos em 2020, 73,5% ocorreram em hospital, 20,7% em domicílios e em 5,8% não houve declaração ou houve outro local de ocorrência declarado.
O aumento no número de óbitos de 2019 para 2020 foi relativamente maior entre os homens (16,7%) do que entre as mulheres (12,7%). Mas a mortalidade masculina é normalmente superior à feminina ao longo de toda a vida nas séries históricas do Registro Civil.
Para os óbitos por causas naturais, as mortes dos homens de 20 a 24 anos foram 2,1 vezes maiores que as das mulheres nessa faixa etária. No grupo de 75 a 79 anos, que tem mais mulheres, a sobremortalidade masculina declina para 1,2 vez as mortes femininas.
Para as mortes por causas externas ou não naturais (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas, etc.), a sobremortalidade masculina nos adultos jovens se acentua. Em 2018, no grupo de 20 a 24 anos, essa sobremortalidade foi de 10,7 vezes a feminina. Em 2019, este valor caiu para 9,6, e, em 2020, manteve-se estável (9,5).
REGIÕES – Todas as regiões tiveram alta significativa no número de óbitos. Os maiores aumentos foram no Norte (25,9%) e no Centro-Oeste (20,4%). O Nordeste (16,8%) também teve alta superior à média do país (14,9). Sudeste (14,3%) e Sul vieram a seguir (7,5%). O Amazonas teve o maior aumento entre os estados: 31,9%, frente à alta de 4,7%, entre 2018 e 2019. A seguir, vieram Pará (27,9) e Mato Grosso (27,0%).
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