* Márcio Alexandre
O tempo da aula caminhava para o seu fim. Faltava cerca de meia hora quando iniciei uma atividade direcionada. O encaminhamento pedagógico, portanto, tinha sequência.
“Uma atividade nova?”, perguntou um aluno, na inocência dos seus 11 anos de idade. Respondi que ainda tínhamos tempo para novas descobertas, novas construções, novos horizontes.
“Professor, faça qualquer coisa”, pediu, como quem solicitasse um “faz-de-conta”, “um passatempo”. Pedido natural de quem está começando a vida.
Não lhe disse, mas penso comigo: não ministro qualquer aula porque a educação não é qualquer coisa. Educação é chance, oportunidade e possibilidade. É construção, descoberta e conquista.
A ela dedico minha melhor habilidade, o meu melhor sentimento, a minha melhor intenção.
Educação é sonho, perspectiva e salvação. É ação, emoção e inovação. É filosofia, prática e poética. É feitura, fazimento e exploração. É costura, tecitura e composição. É constatação, apreciação e solução.
Educação é o que se constroi. Algumas vezes a partir do nada. Tanta vezes dando resposta para tudo.
Educação é ciência, arte e cultura. É consciência artística e cultura científica. É o abstrato, o concreto e o imagético. É luz, claridade e aluvião.
Educação é estrada para caminhos. E é também a única via para as mais inesquecíveis caminhadas.
É na aula que tudo isso se imagina, se planeja, se ergue e se materializa. Ela, portanto, não pode ser dada de qualquer jeito. O único jeito possível é ministrá-la da melhor forma. Com o melhor sentimento. Com o maior entendimento. Por que é assim que atuam os professores fazem a educação de Mossoró.
* Professor e jornalista
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