Caio César Muniz
Jornalista
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra decidiu que dar ou não o reajuste do Piso do Magistério aos professores da rede municipal de ensino é uma decisão somente sua. Quando ele quiser, dar. Quando ele decidir que não dará, ficará por isto.
Gabando-se e alimentando a sua base de apoio com o discurso de que “deu” o maior reajuste da história (tudo dele é o maior da história) aos professores, com o percentual de 33,24% em 2022, ele não diz que estava apenas cumprindo a Lei Federal. Não cita ainda que – já que é desta forma – ele também “deu” o menor reajuste do Piso, que foi de zero.
Não diz que a “sua bondade” em 2022 foi parcelada em tantas vezes, que quase emendava com o ano de 2024, pois finalizou em novembro de 2023 e para não dizer há injustiça com o “Santo Allyson”, ele repôs 0,42% deixados pela gestão anterior.
A partir daquele ano (2023), o jovem midiático decidiu que dali em diante, o Ministério da Educação que se dane, quem determina se aplica ou não o reajuste ao Piso dos professores é ele. Mesmo tendo afirmado com veemência enquanto deputado estadual de que “a Lei é Federal e não se discute, se cumpre”.
Negou os 14.95% de 2023, mesmo tendo enfrentado a maior greve de professores já vivenciada em Mossoró. Ajuizou a greve e o reajuste. A Justiça, na sua tradicional morosidade, ainda não se manifestou a respeito da segunda pauta.
Em 2024, ano eleitoral, Allyson decidiu que não discordaria do MEC e deu o reajuste sem qualquer reclamo. Sem dá um pio contrário, sem espernear, sem atiçar a sua mídia paga, “um santo”.
Este ano, passada a campanha política, Allyson volta ao palco de 2023 e já reassumiu o mesmo falso discurso de antes, já muniu seus vereadores, eleitos pelo povo para serví-lo, o prefeito, não o povo, já cutucou a mídia. Não dará. Está decidido por ele.
E assim, como um ditador, ele vai jogando as leis para debaixo do tapete, tomando-se de um super poder nunca antes visto em Mossoró, blindado, adulado, endeusado. Mas todo império um dia cai, a história está aí para contar.

1 comentário
Prezado Prefeito de Mossoró,
Pela segunda vez, você está ignorando o salário mínimo legal que o MEC estabeleceu para os professores. Trata-se de um reajuste de apenas 6,7%, cuja maior parte retorna ao tesouro municipal por meio de impostos, em decorrência do aumento do poder de compra dos professores. E nem mencionamos os benefícios que esse investimento traz para os negócios locais.
Além disso, você tem afirmado repetidamente que quer fazer de Mossoró uma referência em educação no Nordeste, superando Sobral. (O melhor ensino fundamental do Nordeste) Mas como atingir essa meta sem investimento ou incentivo? Atingir metas sem valorizar os professores, nem em termos de recursos nem financeiramente? Na escola chamávamos objetivos infundados de… sonhos! E dada a atitude de um prefeito, o objetivo de ter a melhor educação parece cada vez mais distante.
Como você aspira a uma posição mais alta, como governador ou até mesmo presidente, primeiro você deve demonstrar que é capaz de governar sua própria cidade. Para atingir objetivos. Deixando um legado que comprove sua competência, não só em Mossoró, mas no resto do estado. Até agora vemos projetos fracassados, falsas promessas, mentiras descaradas, verdades distorcidas e traços de ditadores. Eu não gostaria de deixar tal legado.
Seja um homem de palavra. Seja sempre honesto, não importa o quão doloroso isso possa ser para você às vezes. Seja um líder. Admita seus erros e aprenda com eles. Seja humilde e tenha metas que você possa alcançar. E pare de sonhar, você não é mais uma criança.