* Márcio Alexandre

 

Bolsonaro arrasta as Forças Armadas para o golpe. Sem moral, recursos éticos ou discurso anticorrupção, elas não tem como evitar estar com o “capetão” no caos. Seja ele qual for. Tenha a feição que tiver. Mesmo turbinadas com viagra comprado com grana do povo, as tais forças não tem como endurecer contra o presidente golpista.

A razão é simples: o governo deixou, capciosamente, que os escândalos das Forças Armadas fossem de conhecimento público. O presidente fez com que todos soubessem que não é ele o único da caserna chegado a um desvio. De função, de caráter e de dinheiro público.

Tornar militares de alta patente membros do pior governo que o Brasil já experimentou em toda a sua história (à exceção, justamente da Ditadura Militar de 1964 a 1985) foi tornar as próprias Forças Armadas avalizadoras dos escândalos na compra de vacina superfaturada, das rachadinhas de todos conhecidas, dos imóveis comprados suspeitamente pela família presidencial e, sobretudo, da mais macabra gestão de uma pandemia que se tem notícia em todo o mundo. Com o agravante de o Ministério da Saúde, nesse período, ter sido comandado por um coronel do Exército.

Apesar de untadas até o pescoço com leite condensado, elas não conseguem mais escapar do nó górdio que o genocida deu.

Lamentavelmente, grande parte das altas autoridade das Forças Armadas se inebriou com o poder, com as benesses – nem sempre legais – bancadas com verba pública. E comemorou as tais ilegalidades com picanha e cerveja. Sem tirar um tostão do próprio bolso, é claro.

Não, não se enganem. Vai ter golpe de novo sim. E novamente, com a chancela militar. Com os canhões apontados para os subversivos: os que resistirem, os professores, os pobres, os favelados, os que usarem a cultura para protestar. Porque infelizmente, não está restando às Forças Armadas nenhuma outra opção que não seja fazer tudo o que fascista quiser.

Porque o que virá a seguir é apenas apêndice do que já acontece. Será a face mais cruel da Ditadura. A da tortura. Do ame-o ou deixe-o. Do ser estrangeiro em sua própria terra. A única diferença é que dessa vez, parece que tem gente que vai pedir para ser empalada aos gritos de mito. Com ou sem gel.

 

* Professor e jornalista

 

Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

De Volta ao Topo