* Márcio Alexandre

 

Quase todo mundo tem alguém numa situação muito difícil. Na família. Num círculo de amizades. Num grupo de trabalho .

É um afundado no vício das drogas. Um outro que não consegue se livrar do alcoolismo. Alguém que tem dívidas com a Justiça. Um outro com problemas com a polícia.
Não são situações fáceis. Ao contrário, são dificílimas. A nos desafiar todos os dias. A razão pedindo pra gente seguir. A emoção querendo que a gente fique.
Muitos de nós acaba indo. Termina desistindo. Isso se dá, na maioria das vezes , aos poucos. Nós mesmos vamos construindo nosso roteiro de fuga. É simples perceber como isso vai acontecendo.
A gente desiste quando acha cômodo reclamar dos incômodos que é lidar com esses problemas.
A gente vai desistindo quando se sente confortável quando avisa no que vai dar e dá problema.

Ficamos com a razão. E com ela vamos nos distanciando. É nosso salvo-conduto. Nossa declaração de “inocência” no crime de abandono.
A gente desiste quando nos sentimos confortáveis ao nos afastar da “catinga” do álcool e do cheiro do erro.
A gente desiste quando não se vê como parte do problema, e o problema maior é que a gente nunca se vê nisso.
Se a vitória é feita, no mais das vezes, de persistência, a derrota é quase sempre fruto da desistência.

De quem você tem desistido? Ainda dá tempo de desistir de desistir. Esse é o único recuo aceitável.

 

* Professor e jornalista

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