* Márcio Alexandre
Atenção aos que pensam e escrevem e, principalmente, pensam em escrever para discordar, criticar, analisar ou avaliar qualquer coisa da gestão Allyson Bezerra (União Brasil): tenham cuidado com as palavras, vigiem os vocábulos e, jamais, em tempo algum, façam uso de expressões populares e/ou utilizem figuras de linguagem.
Se cometerem o desatino de o fazer, preparem-se para enfrentar o desatino do gestor, a ira dos seus puxa-sacos e, principalmente, o poder de quem pode. Não é fácil fazer Jornalismo quando se está diante do aparelhamento das instituições.
Qualquer crítica, por mínima que seja, tem sido rebatida pelo prefeito em forma de demanda judicial. A gestão Allyson Bezerra, covarde e calhordamente, se recusa a responder a qualquer questionamento dos órgãos de imprensa sérios para recorrer ao Pretório na condição de vítima. Às vezes, “quem mente antes diz a verdade”.
Ironicamente, o prefeito não aceita o sistema pelo qual ele foi eleito: a tal Democracia, esse sistema que garante a todos e a cada um o livre direito de se expressar. O sacrossanto exercício do Jornalismo. A inabalável faculdade de discordar.
O prefeito tem acionado judicialmente quase todos os poucos meios de comunicação da cidade que ousam pensar. Que “cometem o atroz crime” de apontar as falhas de sua gestão. Os erros (e não são poucos) que ele comete no comando da municipalidade.
Basta uma palavra que o gestor imagine ser direcionada a ele que a carapuça cai como uma luva. Não se pode mais, por exemplo, lembrar o velho adágio popular segundo o qual é erro grotesco deixar a raposa tomar conta do galinheiro. Perseguidor e hiperbólico ao extremo, não será surpresa se ele quiser manter em prisão perpétua quem ousar dizer, em qualquer situação comezinha, “que ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.
Em Mossoró, todos sabemos, toda e qualquer ação tocada pela gestão Allyson Bezerra é enfeitada com adereços do exagero: é o maior Cidade Junina de todos os tempos. O mais importante programa educacional da história de Mossoró. As mais necessárias obras em séculos. A única coisa que se tem em Mossoró em profusão é perseguição: política, jurídica, profissional. Paupérrima tirania. De um tirano que de pobre não tem nada.
E permitam a ousadia de usar apenas uma expressão popular – enquanto ainda posso -, pois “para bom entendedor, meia palavra basta”.
* Professor e jornalista