A corrida da eleição presidencial no Chile está se acirrando antes do segundo turno polarizado de domingo (19/12). O ex-líder estudantil de esquerda Gabriel Boric lidera a disputa. Em segundo está o ultraconservador José Antonio Kast. Até lá, os dois disputam os votos essenciais dos eleitores moderados.
Uma pesquisa particular da consultoria Cadem, vista pela Reuters, mostrou Kast com 36% das intenções de voto, três pontos atrás de Boric – metade da diferença que se viu no final do mês passado, pouco depois do primeiro turno de 21 de novembro.
Isso se traduziria em uma vitória de 52% a 48% para Boric, após a eliminação dos votos inválidos, sendo que a mesma sondagem mostrava vitória de 54% a 46% no dia 26 de novembro. A pesquisa com mil pessoas, feita entre 9 e 10 de dezembro, teve margem de erro de 3,1 pontos percentuais, disse a Cadem.
A diferença menor prepara o cenário de um segundo turno disputado, a primeira votação presidencial desde que o Chile foi abalado por protestos generalizados contra a desigualdade, que renderam meses de marchas e episódios de violência nas ruas dois anos atrás.
“É uma eleição muito incerta em um ano muito anormal. São dois anos muito anormais e, dos tumultos sociais em diante, nada é previsível”, afirmou Kenneth Bunker, diretor da consultoria Tresquintos.
A votação divide os chilenos entre uma esquerda progressista revitalizada, que cresce muito desde os protestos de 2019, e um contramovimento de extrema-direita que avaliza a mensagem dura de lei e ordem de Kast.
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