Rogério Marinho faz “farra” com dinheiro público, denuncia movimento

por Ugmar Nogueira
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O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido) está em plena campanha ao Senado Federal. Como auxiliar do governo Bolsonaro, o ex-deputado tem dupla missão: primeiro vencer a disputa interna com o também Fábio Faria (PSD) e, depois, potencializar a candidatura, hoje com desempenho questionável nas pesquisas.

Para isso, Rogério não tem economizado energia nem dinheiro. A disposição física o tem levado a estar no interior do Rio Grande do Norte quase toda semana. A pretexto de levar ações do governo federal, Marinho busca se tornar ainda mais conhecido do eleitorado.

O dinheiro gasto nesse seu projeto, infelizmente, é público. Comandando um orçamento milionário, inclusive com suspeitas de ser fruto de desvio de verbas, Rogério Marinho tem montado estruturas cinematográficas nas cidades por onde tem passado. Em alguns casos, o valor gasto com a montagem do palanque é muito superior ao benefício levado. Às vezes, nem benefício novo se tem.

É o que ocorreu, por exemplo, na última sexta-feira, em Jucurutu, onde o ministro esteve visitando as obras da Barragem de Oiticica. Uma estrutura enorme foi montada para uma simples visita. Apenas para palanque de Rogério Marinho. Denotativa e conotativamente. Uma verdadeira “farra” com dinheiro público.

“É inaceitável em um momento de grave crise pandêmica, pobreza, fome, desemprego, carestia e congelamento de salários, o dinheiro público ser usado para montar estruturas caras e desnecessárias”, denúncia Procópio Lucena, Assessor do Movimento dos Atingidos e Atingidas pela Construção da Barragem de Oiticica.

Lucena lembra que o ministro tem todo direito de visitar as obras do complexo Barragem de Oiticica executadas pelo Governo do Estado com parte dos recursos financeiro dos cofres da União. “Mas é inaceitável que em um momento de grave crise institucional, econômica e social que vive o país, uma simples visita às obras do Complexo Barragem de Oiticica seja gasto tanto dinheiro público para montar um palanque de dimensões gigantescas”, acrescenta.

A estrutura foi montada em Jucurutu por uma empresa de Natal e, apesar de ter sido pagar com dinheiro público, o governo não dá transparência sobre os valores pagos. “Porque uma empresa de Natal para montar essa super estrutura em Jucurutu? No Seridó não teria nenhuma empresa com essa competência? Pra que esse palanque? Era necessário? Tinha alguma inauguração?”, questiona Lucena, acrescentando que é necessário que o Ministério Público investigue se essa atitude é abuso de poder, uso da máquina pública para interesses eleitoreiro ou antecipação de propaganda eleitoral.

Ainda de acordo com o assessor do Movimento dos Atingidos e Atingidas pela Construção da Barragem de Oiticica, a visita do ministro não levou nada de novo aos envolvidos na construção. “O ministro, mais uma vez, veio apenas divulgar informações que não condizem com os fatos do acordo extrajudicial firmado entre o Movimento dos Atingidos e Atingidas pela construção da Barragem de Oiticica e Governo do Estado com a mediação do Tribunal Justiça do Rio Grande do Norte”, alerta, apelando para que os órgãos competentes apurem as razões desta super estrutura com seus custos, interesses e necessidades. “Sobretudo diante de um momento tão dramático vivido por grande parcela da sociedade brasileira, potiguar, seridoense e da própria comunidade local”.

 

 

 

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1 comentário

Alexandro Magnus 26/10/2021 - 19:25

Sim, tudo que envolve dinheiro público deve ser apurado de forma cristalina.

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