* Márcio Alexandre

 

O vereador Raério Araújo (PSD) tem assumido uma postura tão subserviente ao prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) que é de dá náuseas. É preciso se segurar para não brandir o que está no estômago.

É vergonhosa uma postura tão servil, vassala e chaleirista. É lamentável que um representante do povo viva em genuflexão para satisfazer os caprichos de um gestor. Pela forma como grasna contra os adversários do prefeito, Raério parece ficar muito confortável na condição de bajulador.

Mas por apego desmedido, afeto exagerado e exalçamento injustificado à forma autoritária de Allyson de administrar, Raério tem incorrido não só em atitudes vergonhosas. Em alguns casos, são condenáveis, até do ponto de vista da legalidade, suas palavras, ações e bravatas.

Raério sempre foi fiel crítico dos inúmeros (e também condenáveis) parcelamentos da contribuição previdenciária por parte da gestão municipal quando a prefeita era a médica Rosalba Ciarlini (PP).

O nobre vereador também assacava ferozmente contra a ex-prefeita quando esta se negava a cumprir a lei do piso. Chegou inclusive a posar de defensor dos professores. Postura de ocasião. Defesa de mentirinha. De verdade, só o seu desejo de estar ao lado dos poderosos.

O parlamentar também vomitava inumeráveis e inomináveis impropérios contra Rosalba quando esta mandava projetos às pressas à Câmara para votações de urgência. São três exemplos de coisas que a ex-prefeita fazia e que Allyson faz com mais frequência, canalhice e maldade. Agora, não se sabe o porquê, são coisas que Raério admira, apoia e até ameaça quem pensar o contrário.

Mesmo Raério sendo muito machista, custo a acreditar que sua esterqueira metralhadora de críticas somente era posta na mira de Rosalba por ela ser mulher. E se o próprio vereador não provar o contrário, poderão ser esses os motivos: misoginia, discriminação e preconceito.

O ódio que o vereador parece nutrir pela ex-prefeita só não é maior que aquele que ele destila contra os servidores públicos. Raério saliva quando critica os trabalhadores efetivos da prefeitura de Mossoró. Não poupa críticas, palavras, termos (até chulos) contra o funcionalismo público municipal.

Raério fala com tanto torpor que é difícil distinguir se é raiva ou lascívia. Parece se regozijar toda vez que o prefeito apronta uma maldade com alguém. Principalmente com servidor público. Aliás, contra nós, funcionários da prefeitura, o ódio do vereador é indisfarçável.

Claro que de bobo, Raério só tem a subserviência ao prefeito. Não sem razão, suas críticas tem sido sempre direcionadas às mulheres. E ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISEPRUM). E às mulheres do sindicato. Tenta desconstruir nossa entidade representativa, ao estilo bolsonarista de construir narrativas farsantes. São eles a própria farsa. Um como gestor bonzinho. Ele como representante do povo. Verdadeiros logros.

Nós do funcionalismo público temos pago pelas vinditas alyssistas. E também pelas dores que Raério sente sempre que o ditadorzinho é confrontado. Sempre que suas farsas são descobertas. Toda vez que seu autoritarismo é combatido. Lamentavelmente, nunca revida com ideias. Nunca se contrapõe com argumentos. Nunca se opõe com convicções. É sempre com assaques, achincalhes e vitupérios.

Pouco afeito a críticas, Raério deverá vociferar na tribuna da Câmara dizendo que não tem medo. Não é isso que se espera de um vereador. O que se exige de um homem público é que tenha compostura. Que respeite a todos. Que defenda o certo. Que tenha ao menos coerência entre o que foi e o que é. Entre o que dizia antes e afirma agora. Entre o que fala e o que pratica.

Que mude, mas que não seja para pior. E que aprenda. Não é sobre medo, é sobre hombridade. Não é sobre calar, é sobre aceitar o contraditório. Não é sobre medição de forças, é sobre debate de ideias. Não é sobre hegemonia de uma voz, é sobre a polifonia dos discursos.

É preciso vencer a máxima de que quando um porco chega ao palácio ele não vira rei, mas o palácio é que se torna uma pocilga. É necessário que melhorem. Vereadores são pagos e tem regalias garantidas pelo contribuinte para isso. Não para distribuir bravatas. Muito menos para ser mesureiro de prefeito autoritário.

Seu enfurecimento talvez resida no fato de que não precisamos rastejar por sobras do poder. Não vivemos do que sobeja dos banquetes palacianos. Conquistamos nosso espaço, nossa vaga no serviço público com esforço, estudo e dedicação.

Concursados, não precisamos nos submeter às humilhações que certos homens públicos se submetem. Seguiremos com nossas carreiras, nossos trabalhos até nossa aposentadoria. E seremos lembrados pelo grande trabalho que fazemos em prol dos mossoroenses. Para eles, sobrará o lixo da história. Enquanto viram latas nos palácios para agradar aos ocupantes do poder. Nós servidores seremos sempre resistência.

 

* Professor da rede municipal de ensino de Mossoró e jornalista

 

Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com

 

 
 
 

One thought on “Raério Araújo e o indisfarçável ódio ao servidor público de Mossoró

  1. Vereador contrário ao servidor público que busca apenas seus direitos , não podem ser eleito nunca ! Jamais !!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

De Volta ao Topo