A Universidade do Estado Rio Grande do Norte recebe a Caravana Sem Eira nem Beira de Artes. O espetáculo é realizado de forma itinerante que circula quatro bairros de Mossoró. Nesta quarta-feira (3/4) acontece no Campus Central, na FAFIC (Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais).
O projeto idealizado e realizado de forma independente é movido pela força e comprometimento da arte, com o objetivo de mostrar que arte se faz em qualquer lugar e que todas as pessoas são capazes de consumí-la seja na praça, na rua ou na esquina. A apresentação artística contará com a participação das poetisas do Café e Poesia, da produtora cultural e cantora Katharina Gurgel, a dança de Luiza Gurgel e a e encenação de Tony Silva.

Difundir o teatro, a música, a dança e a poesia são os objetivo da circulação, democratizando cada vez mais o acesso à cultura, possibilitando um encontro dos espetáculos com o público. De forma voluntária, as artistas se dedicam a realizar 10 apresentações que leva a cultura e o entretenimento para os bairros de Mossoró.

Espetáculo – Em 2019, a atriz Tony Silva, conhecida por sua inquietude artística e por ser referência no cenário cultural norte-rio-grandense, criou uma iniciativa de circulação que reuniu um grupo de artistas provenientes da música, dança, poesia e teatro. Por acreditarem na importância do projeto e movidos pelo compromisso com a arte e com a comunidade, esses artistas se dedicaram de forma voluntária na realização de 10 apresentações em praças públicas, levando cultura e entretenimento de qualidade para os bairros de Mossoró.

Com a chegada da pandemia da Covid-19, as apresentações foram canceladas, restando nos artistas apenas o desejo de retornar aos bairros com aquele projeto batizado de “Sem Eira nem Beira”. A origem dessa expressão popular faz referência às antigas casas de pessoas afortunadas que tinham mais de uma biqueira, chamadas de eira e beira. Quando não se tinha dinheiro, os telhados eram construídos sem eira e beira; portanto, quando alguém não tem dinheiro, é chamado de “sem eira nem beira”. O projeto recebeu este nome por ser realizado de forma independente, sem recurso financeiro e sem equipamento adequado, movido apenas pela a força de artistas comprometidos com a difusão do teatro, da música, da dança e da poesia pelo município.

Com a promulgação da Lei Paulo Gustavo, surge a oportunidade de retomar o projeto do ponto em que paramos. Tendo em vista que agora teremos condições mais favoráveis para sua execução, incluindo a aquisição de equipamentos adequados e a contratação de artistas que anteriormente participaram voluntariamente do projeto.

O objetivo desta circulação é difundir o teatro, a música, a dança e a poesia por quatro bairros periféricos do município, democratizando o acesso à cultura, deixando de lado o edifício teatral e atendendo ao desejo de ir ao encontro de um público que geralmente não vai às casas de espetáculos. É uma ação sociopolítica e educacional direta, que visa a aliar entretenimento cultural e manifestação social, inserindo-se na cidade entre provocação e convívio. Como disse Milton Nascimento, “todo artista deve ir onde o povo está”.

Para compor a equipe desta circulação, contaremos com as poetisas do Café e Poesia, composto em sua maioria por mulheres da Academia Feminina de Letras e Artes Mossoroenses. Além disso, teremos a participação da música de Katharina Gurgel, uma experiente cantora e produtora cultural, a dança de Luiza Gurgel, e a encenação ficará a cargo de Tony Silva.

Intencionando tornar o projeto ainda mais acessível a todos os públicos e visando perpetuar este trabalho para as gerações futuras, planejamos produzir um mini-documentário ao final da circulação. Esse filme será disponibilizado gratuitamente para as escolas do município e a produção de vídeo estará a cargo da realizadora audiovisual Piquê Produções, composta por Romero Oliveira e Mickaelly Moreira.

Nós, que compomos a equipe deste projeto, acreditamos que a arte é a possibilidade de organização e manifestação da nossa desordem interior. É também, a forma mais profunda de reorganizar o mundo. Já dizia o mestre do teatro de rua Amir Hadad “Não é a ordem do mundo que organiza a arte, mas sim a desordem da arte que reorganiza o mundo”.

 

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