* Márcio Alexandre

A história é a história da luta de classes, asseverou Marx. É provável que seja sempre assim enquanto existir humanidade. É natural que cada ocupante de cada espaço faça a defesa do lugar onde esteja. Não é aceitável que para isso se utilizem de discursos falaciosos, inverdades, estratégias vis e artimanhas criminosas.

Que não seja-se desleal. Uma luta justa é aquela em que há paridade de armas.

Quando um dos contendores exacerba, na narrativa, no uso desenfreado de ardis, no manipular dos fatos, nos ocultar de dados, tem-se uma certeza: estar-se diante de um tirano.
O tirano faz de tudo para negar o que é do outro por direito. E gasta mais nessa negativa do que no reconhecimento do que é de outrem.
De posse dos meios de difusão da narrativa, exagera no espalhar mentiras. Pra confundir a opinião pública. Pra dilacerar reputações. Pra reprimir reações.
O tirano faz nas sombras da maldade e se mostra como indutor de bondades. Usa e abusa da boa-fé alheia. Ele não respeita nada nem ninguém, e ainda assume o papel de bonzinho, numa encenação chucra. Teratologia disfarçada.
O tirano sempre quer dizer até o que caberia ao outro falar. Não respeita tempo ou lugar. Pessoas ou instituições. O tirano tem lascívia por poder e holofotes. Se regozija com o sofrimento do outro. E propaga como suas conquistas de terceiros.

Para o tirano, mais vale fazer sofrer do que tentar resolver. Vale fazer esperar, massacrar, espezinhar. E no fim, se satisfazer com todo o mal feito.

É urgente que todos se insurjam contra a tirania. Principalmente de quem finge ser bom.

* Professor e jornalista

 

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